
Pouca coisa de fato acontece aqui. Ainda que possamos compreender finalmente o porquê da experiência em Chicago e o porquê das facções. Agora, com essa explicação fica a pergunta sobre os "sem-facção" conceito que parece ter se perdido desde o segundo filme. Seriam eles puros? Ou ainda mais quebrados? Afinal, a experiência serviria para que exatamente?

É complicado e quase injusto analisar meio filme, é verdade. Porque é isso que Convergente é. Não por acaso está sendo fracasso de bilheteria a ponto dos estúdios anunciarem corte de verba no último da série: Ascendente. Mas, alguns indícios do porquê da série não ter vingado são possíveis de ver em tela, como a falta de carisma da protagonista vivida por Shailene Woodley ou o ritmo da trama.

Na verdade, a Saga Divergente acaba sendo um reflexo da cultura adolescente atual. Após o sucesso de Harry Potter, uma enxurrada de sagas parecidas começou a surgir. Não há muita diferença entre eles se formos analisar com calma. Parece que recriaram a trajetória do herói, sem muita criatividade e muitas peripécias parecidas. Sempre o escolhido em um mundo adverso com um vilão querendo manipular a verdade. No caso de Convergente, chegam ao extremo de trocar o vilão e tudo continuar a mesma coisa.
Agora, só resta aguardar Ascendente para ver se algo se salva ali ou se é mesmo mais uma saga descartável abordando de maneira superficial temas profundos, com uma narrativa lenta e cenas de ação repetitivas que não nos levam a lugar nenhum de fato.
Convergente (Allegiant, 2016 / EUA)
Direção: Robert Schwentke
Roteiro: Noah Oppenheim, Adam Cooper
Com: Shailene Woodley, Theo James, Jeff Daniels, Miles Teller
Duração: 120 min.