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Cinema Brasileiro em alta

Estamos apenas no início de abril, mas parece que o ano de 2016 será muito bom para o cinema brasileiro. Fazendo uma breve retrospectiva do que estreou esse ano e do que vem por aí ainda esse mês, temos uma variedade muito boa de obras e gêneros. Sempre ouvimos chavões que cinema nacional é comédia boba ou filme para crítica ver. Pois bem. Basta dar uma olhada nesta lista que resgatei para percebermos que é preciso mudar urgentemente esta imagem. Temos muitas boas obras, além de algumas tentativas louváveis. Confira.




 TOP 6 


Para Minha Amada Morta - filmePara Minha Amada Morta (Direção: Aly Muritiba)
Grande vencedor do Festival de Brasília, destaque em outros festivais por onde passou em 2015, Para Minha Amada Morta é um filme que chama a atenção por ter um roteiro bastante simples. Um homem descobre que sua mulher recém-falecida o traía e vai atrás do amante. Com uma técnica extremamente criativa, trabalhando com nossas expectativas o tempo todo e nos surpreendendo em situações tensas e sempre contidas, é um filme que merece toda a nossa atenção.

Boi Neon - filmeBoi Neon (Direção: Gabriel Mascaro)
Outra obra premiada, vencedor do Festival do Rio, traz uma história que quebra estereótipos e uma fotografia extremamente bem cuidada. Um filme que nos envolve em sua história também simples, mas com situações emocionantes e engraçadas bem dosadas. Sem falar nas atuações, em especial a de Juliano Cazarré com seu peão estilista. Outro filme que merece ser visto por todos.

A Luneta do Tempo - filmeA Luneta do Tempo (Direção: Alceu Valença)
Estreia na direção do cantor e compositor Alceu Valença, A Luneta do Tempo também teve uma boa carreira em festivais. O filme traz uma linguagem lírica, com muita influência da literatura de cordel, mas constrói tramas bem amarradas que envolvem o público, inclusive com uma saga familiar. Um retrato belo de nossa cultura, com uma fotografia inspirada, trilha sonora de destaque e boas atuações.

Zoom - filmeZoom (Direção: Pedro Morelli)
Esse é uma co-produção com o Canadá, tanto que o Festival em que foi destaque foi o de Toronto. Mas não deixa de ter uma raiz brasileira, assim como seu diretor e parte do elenco. Um filme criativo, que utiliza da metalinguagem e de três linguagens para construir histórias que se cruzam de uma maneira inusitada. Poderia trabalhar melhor as críticas que levanta, mas não deixa de ter um resultado extremamente bem feito.

Ela Volta na Quinta - filmeEla Volta na Quinta (Direção: André Novais Oliveira)
Talvez da lista seja o filme que menos agrade ao grande público, mas a linguagem honesta de André Novais para contar uma história envolvente e engraçada ao mesmo tempo, utilizando sua própria família como elenco não deixa de ser um chamariz. É um filme que nos conquista pela simplicidade e pessoalidade que emprega na construção de uma trama de ficção, mas que passa muito do cotidiano de sua própria vida. Uma obra bela que merece ser conhecida e lembrada.

Mundo Cão - filmeMundo Cão (Direção: Marcos Jorge)
Outro filme que poderia ser mais, mas não deixa de ser uma obra que instiga e traz novo fôlego ao nosso cinema. Talvez sejamos muito exigentes com Marcos Jorge por ele ter nos entregado, como estreia, Estômago, talvez um dos melhores filmes brasileiros das últimas décadas. Mas Mundo Cão não deixa de instigar e surpreender em suas reviravoltas. E principalmente, na atuação da dupla de atores que se enfrentam nessa rota de vingança.




Vale pela técnica


Reza a Lenda - filmeReza a Lenda (Direção: Homero Olivetto)
Há aqui um sério problema de roteiro. Excessos e escolhas tolas, apesar de um argumento instigante. Mas, chamo a atenção aqui porque não deixa de ser uma tentativa válida. Possui uma técnica bem cuidada, com algumas cenas bem executadas e soube fazer uma campanha promocional que chamou a atenção. Isso também conta em um cinema que ainda não consegue competir com os grandes blockbusters.

Expectativa para abril


De Onde Eu Te Vejo (Direção: Luiz Villaça)
Luiz Villaça e Denise Fraga já nos presentearam com outras sensíveis como O Contador de Histórias e Cristina Quer Casar. A atriz ainda trabalhou em filmes como Hoje e As Melhores Coisas do Mundo. Acredito que possamos nos surpreender com mais uma boa obra.



O Escaravelho do Diabo (Direção: Carlo Milani)
Esse está prometido há anos, versão cinematográfica desse clássico da literatura infanto-juvenil brasileira. A expectativa é sempre boa. Torcendo para novas investidas.



Sinfonia da Necrópole (Direção: Juliana Rojas)
Bem recedido no Paulínia Film Festival e no Festival de Gramado 2014, o primeiro longametragem de Juliana Rojas é outra aposta para esse mês. Um filme que experimenta linguagens e promete mexer com as estruturas narrativas.



Nise - O Coração da Loucura (Direção: Roberto Berliner)
Por fim, filme da história da psiquiatra Nise da Silveira, que foi premiado no Festival de Tóquio e no Festival do Rio e tem tido uma boa acolhida da crítica. Fora que tem um apelo histórico importante com a vida da médica que lutou contra tratamentos desumanos para os pacientes.


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