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O Escaravelho do Diabo
O Escaravelho do Diabo
Sucesso entre os anos 80 e 90, a Coleção Vagalume compilou diversas histórias infanto-juvenis marcando gerações. Um Cadáver Ouve Rádio, Enigma na Televisão, O Mistério do Cinco Estrelas, Açúcar Amargo são apenas alguns mais famosos. E, claro, seu maior sucesso: O Escaravelho do Diabo, obra de Lúcia Machado de Almeida que foi lançado pela primeira vez em capítulos na revista Cruzeiro, no ano de 1953.
Ver esse filme lançado é uma alegria. Não apenas por ter lido e torcido por essa trama, mas por mostrar que o Brasil pode seguir esse caminho com maior frequência. Olhar para a nossa literatura recente pode render belos frutos, como esta obra de Carlo Milani.
É preciso compreender também o tom da trama. Como já foi dito, o livro é infanto-juvenil, logo o filme também segue essa linha mais tênue. Apesar de tratar de um serial killer, com assassinatos cruéis, a direção não pesa a mão nas cenas, nem mesmo mostra violência explícita. Uma das vítimas, por exemplo, que explode, é vista apenas através de sombras.
As cenas no cemitério também são construídas de maneira onírica, com poucos detalhes e uma atmosfera mais leve. Ainda que seja fiel ao trauma da trama. Talvez o roteiro pudesse apenas deixar o mistério um pouco mais escondido, sem revelar logo padrões e outros detalhes para que fosse nos surpreendendo em partes. De qualquer maneira, traz uma história bem amarrada.
Ser infanto-juvenil não significa ser raso ou mesmo tolo. Há, como em todas as boas histórias, camadas que podem ser refletidas, como o próprio passado do serial killer e de alguns personagens. A própria questão de como entra a igreja e a fé nessa história tem boas reflexões. Assim como a cor vermelha que "se destaca" entre as demais.
O elenco traz nomes como Marcos Caruso, Jonas Bloch e Lourenço Mutarelli que estão muito bem. As crianças seguram bem as cenas, ainda que possam ter momentos de pouco fôlego, principalmente por causa da carga dramática que enfrentam. De qualquer maneira, traz um bom resultado no conjunto da obra.
O Escaravelho do Diabo mostra um caminho interessante para o cinema brasileiro. Investir em obras infanto-juvenis com a vasta literatura que temos à disposição pode construir uma filmografia de gênero bem interessante e que anda em falta atualmente. Só precisa investir um pouco mais em propaganda, para ajudar a criar o hábito no público de procurar histórias como essas. Pois muitos, principalmente os mais novos, nem sabem que elas existem ou do que se trata.
O Escaravelho do Diabo (O Escaravelho do Diabo, 2016 / Brasil)
Direção: Carlo Milani
Roteiro: Melanie Dimantas, Ronaldo Santos
Com: Thiago Rosseti, Bruna Cavalieri, Marcos Caruso, Jonas Bloch, Lourenço Mutarelli
Duração: 90 min.
Ver esse filme lançado é uma alegria. Não apenas por ter lido e torcido por essa trama, mas por mostrar que o Brasil pode seguir esse caminho com maior frequência. Olhar para a nossa literatura recente pode render belos frutos, como esta obra de Carlo Milani.
É preciso compreender também o tom da trama. Como já foi dito, o livro é infanto-juvenil, logo o filme também segue essa linha mais tênue. Apesar de tratar de um serial killer, com assassinatos cruéis, a direção não pesa a mão nas cenas, nem mesmo mostra violência explícita. Uma das vítimas, por exemplo, que explode, é vista apenas através de sombras.
As cenas no cemitério também são construídas de maneira onírica, com poucos detalhes e uma atmosfera mais leve. Ainda que seja fiel ao trauma da trama. Talvez o roteiro pudesse apenas deixar o mistério um pouco mais escondido, sem revelar logo padrões e outros detalhes para que fosse nos surpreendendo em partes. De qualquer maneira, traz uma história bem amarrada.
Ser infanto-juvenil não significa ser raso ou mesmo tolo. Há, como em todas as boas histórias, camadas que podem ser refletidas, como o próprio passado do serial killer e de alguns personagens. A própria questão de como entra a igreja e a fé nessa história tem boas reflexões. Assim como a cor vermelha que "se destaca" entre as demais.
O elenco traz nomes como Marcos Caruso, Jonas Bloch e Lourenço Mutarelli que estão muito bem. As crianças seguram bem as cenas, ainda que possam ter momentos de pouco fôlego, principalmente por causa da carga dramática que enfrentam. De qualquer maneira, traz um bom resultado no conjunto da obra.
O Escaravelho do Diabo mostra um caminho interessante para o cinema brasileiro. Investir em obras infanto-juvenis com a vasta literatura que temos à disposição pode construir uma filmografia de gênero bem interessante e que anda em falta atualmente. Só precisa investir um pouco mais em propaganda, para ajudar a criar o hábito no público de procurar histórias como essas. Pois muitos, principalmente os mais novos, nem sabem que elas existem ou do que se trata.
O Escaravelho do Diabo (O Escaravelho do Diabo, 2016 / Brasil)
Direção: Carlo Milani
Roteiro: Melanie Dimantas, Ronaldo Santos
Com: Thiago Rosseti, Bruna Cavalieri, Marcos Caruso, Jonas Bloch, Lourenço Mutarelli
Duração: 90 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
O Escaravelho do Diabo
2016-04-19T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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