Angry Birds: O Filme
De um jogo simples nasceu uma franquia. Angry Birds hoje é mais do que um joguinho onde se lançam passarinhos em estilingue para destruir a cidade dos porcos e recuperar ovos. As diversas versões dos jogos ampliaram o universo, assim como as séries de televisão e quadrinhos. Não é de se estranhar que chegassem aos cinemas. E a aventura consegue ser divertida.
A trama gira em torno do estressado Red, renegado pela maioria da sua comunidade. Em um grupo de ajuda, ele conhece o veloz Chuck e o volátil Bomba, que também não conseguem ser reconhecidos. Quando um grupo de porcos chega à ilha, no entanto, caberá a eles investigar e descobrir a verdadeira intenção dos forasteiros.
Uma coisa interessante no filme é que ele sabe dar tempo as coisas. Primeiro ele constrói Red e seu problema com o grupo, depois vem Chucky e Bomba, assim como o relacionamento dos três. Vêm, então, os porcos e suas atitudes suspeitas que não enganam Red, mas envolvem todo o grupo. O conflito pássaros versus porcos, que é o mote dos jogos, só vai acontecer mesmo quase no final do segundo ato se tornando o clímax da obra.
O roteiro trabalha com os dois tipos de público, o que conhece os jogos e os que não sabem do que se trata. Ele apresenta as situações e dá indícios de que os porcos não tem boas intenções desde a primeira aparição. Não tem como o público ser enganado como o resto da comunidade da ilha. Até porque estamos presos ao ponto de vista de Red.
As situações cômicas giram em torno das gags características do gênero pastelão, com muita piada física, tapas, explosões e atrapalhações. E o fato de Red ser um personagem de mau humor acaba ampliando a graça da situação, pois ele se torna alvo fácil das brincadeiras.
A personalidade das personagens também é bem desenvolvida. Não apenas os três protagonistas, como o juiz, a professora, a grande águia e o líder dos porcos. Isso sem falar dos personagens secundários que vão preenchendo a trama como a família que briga com Red, ou o casal que acredita ter perdido o ovo. Há um cuidado em humanizá-los, torná-los próximos a nós. E isso acaba sendo um plus que enriquece a obra.
Isso não quer dizer que o roteiro não cai também em soluções fáceis, piadas clichês ou mesmo em situações tolas que não trazem camadas para a obra. Ainda que existam algumas referências divertidas para cinéfilos, como quando Red abre uma porta e dá para um corredor conhecido.
No final, Angry Birds: O Filme é uma obra divertida, sem grandes consequências, mas que também não se torna algo tão envolvente quanto os jogos que viciaram gerações. É uma ampliação da franquia, mas não deve ir muito além disso.
Angry Birds: O Filme (The Angry Birds Movie, 2016 / EUA)
Direção: Clay Kaytis, Fergal Reilly
Roteiro: Jon Vitti
Duração: 97 min.
A trama gira em torno do estressado Red, renegado pela maioria da sua comunidade. Em um grupo de ajuda, ele conhece o veloz Chuck e o volátil Bomba, que também não conseguem ser reconhecidos. Quando um grupo de porcos chega à ilha, no entanto, caberá a eles investigar e descobrir a verdadeira intenção dos forasteiros.
Uma coisa interessante no filme é que ele sabe dar tempo as coisas. Primeiro ele constrói Red e seu problema com o grupo, depois vem Chucky e Bomba, assim como o relacionamento dos três. Vêm, então, os porcos e suas atitudes suspeitas que não enganam Red, mas envolvem todo o grupo. O conflito pássaros versus porcos, que é o mote dos jogos, só vai acontecer mesmo quase no final do segundo ato se tornando o clímax da obra.
O roteiro trabalha com os dois tipos de público, o que conhece os jogos e os que não sabem do que se trata. Ele apresenta as situações e dá indícios de que os porcos não tem boas intenções desde a primeira aparição. Não tem como o público ser enganado como o resto da comunidade da ilha. Até porque estamos presos ao ponto de vista de Red.
As situações cômicas giram em torno das gags características do gênero pastelão, com muita piada física, tapas, explosões e atrapalhações. E o fato de Red ser um personagem de mau humor acaba ampliando a graça da situação, pois ele se torna alvo fácil das brincadeiras.
A personalidade das personagens também é bem desenvolvida. Não apenas os três protagonistas, como o juiz, a professora, a grande águia e o líder dos porcos. Isso sem falar dos personagens secundários que vão preenchendo a trama como a família que briga com Red, ou o casal que acredita ter perdido o ovo. Há um cuidado em humanizá-los, torná-los próximos a nós. E isso acaba sendo um plus que enriquece a obra.
Isso não quer dizer que o roteiro não cai também em soluções fáceis, piadas clichês ou mesmo em situações tolas que não trazem camadas para a obra. Ainda que existam algumas referências divertidas para cinéfilos, como quando Red abre uma porta e dá para um corredor conhecido.
No final, Angry Birds: O Filme é uma obra divertida, sem grandes consequências, mas que também não se torna algo tão envolvente quanto os jogos que viciaram gerações. É uma ampliação da franquia, mas não deve ir muito além disso.
Angry Birds: O Filme (The Angry Birds Movie, 2016 / EUA)
Direção: Clay Kaytis, Fergal Reilly
Roteiro: Jon Vitti
Duração: 97 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Angry Birds: O Filme
2016-05-12T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
animacao|Clay Kaytis|critica|Fergal Reilly|
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