Home
Cliff Curtis
critica
drama
Joseph Fiennes
Kevin Reynolds
Maria Botto
Peter Firth
Tom Felton
Ressurreição
Ressurreição
Quando ouvi falar desse novo filme da Affirm Films, empresa da Sony Pictures para filmes religiosos, confesso que fiquei com o pé atrás. Boa parte desses filmes tem se baseado na doutrinação em detrimento da técnica cinematográfica. Mas, apesar de não ser candidato a um épico inesquecível, o filme consegue conduzir bem a sua proposta.
Apesar da trama já ser bastante conhecida e alguns eventos serem supostos facilmente diante da proposta da obra, devo alertar que tive que contar alguns eventos que podem ser considerados spoilers. Caso não tenha assistido ao filme e queira ser surpreendido de alguma forma por ele, melhor voltar depois. Ficaria complicado analisar o filme sem tocar nesses pontos de virada.
A trama gira em torno da missão do tribuno romano Clavius que precisa vigiar o corpo de Yeshua para que ele não suma, dando margens ao mito da ressurreição. Quando seus soldados falham, ele passa a conduzir uma investigação incessante em busca dos seguidores do nazareno para encontrar alguma pista do corpo. O que ele não esperava é que,em uma de suas investigações fosse dar de cara com o próprio Cristo ressurgido.
O filme possui três momentos bem marcados que são ditados pela própria trajetória e transformação de Clavius. O processo de morte e ressurreição de Jesus. A busca por seu corpo. E, por fim, a perseguição aos discípulos e ao próprio tribuno com eles. Isso acaba marcando o ritmo do filme que se diferencia bastante nesses três momentos.
É interessante ver acontecimentos não tão explorados por filmes religiosos ou não sobre a vida de Jesus. O filme já começa com ele crucificado e temos um ponto de vista bem diverso, com uma batalha entre romanos e judeus, entre eles Barrabás solto no lugar do Cristo. Aqui a ação é quem comanda. Clavius é um comandante ágil e não pensa duas vezes, sempre cumprindo sua missão.
Porém, é interessante indicar que mesmo aqui, há indícios da transformação, já que ao ver o Cristo na cruz, algo mexe em Clavius, que é indicado para nós com um efeito que pode soar tolo, principalmente pela música, zoom e repetição de imagem. Tanto que ele não deixa que quebrem suas pernas, mandando o soldado utilizar a lança para terminar o serviço.
Na parte em que ele tem que proteger o corpo e na posterior investigação do seu sumiço, o filme se torna uma espécie de suspense. Há momentos interessantes de interrogação ou quando emboscam Maria Madalena. Mas há também alguns momentos forçados como o estereótipo criado dos judeus ou a própria construção dos dois guardas que dormiram durante a vigília.
Por último, temos a parte em que Clavius vê Yeshua sendo tocado por sua imagem e se tornando, de certa maneira, seu seguidor. Aqui, a perseguição dos romanos ao grupo se torna cansativa e também trazem momentos pouco inspirados. A própria maneira como Clavius tem um protagonismo em muitas cenas é estranho, afinal, ele é o aprendiz mais novo ali.
De qualquer maneira, o filme consegue cumprir o seu papel a contento. Mesmo assumindo a mensagem religiosa e a doutrinação, principalmente na parte final, consegue contar uma história e envolver o público. Chama a atenção também a caracterização de Jesus com feições mouras ao contrário do loiro de olhos azuis de outros tempos. Um filme sem grandes destaques, mas que consegue ser conduzido de maneira honesta.
Ressurreição (Risen, 2016)
Direção: Kevin Reynolds
Roteiro: Kevin Reynolds, Paul Aiello
Com: Joseph Fiennes, Tom Felton, Peter Firth, Cliff Curtis, Maria Botto
Duração: 107 min.
Apesar da trama já ser bastante conhecida e alguns eventos serem supostos facilmente diante da proposta da obra, devo alertar que tive que contar alguns eventos que podem ser considerados spoilers. Caso não tenha assistido ao filme e queira ser surpreendido de alguma forma por ele, melhor voltar depois. Ficaria complicado analisar o filme sem tocar nesses pontos de virada.
A trama gira em torno da missão do tribuno romano Clavius que precisa vigiar o corpo de Yeshua para que ele não suma, dando margens ao mito da ressurreição. Quando seus soldados falham, ele passa a conduzir uma investigação incessante em busca dos seguidores do nazareno para encontrar alguma pista do corpo. O que ele não esperava é que,em uma de suas investigações fosse dar de cara com o próprio Cristo ressurgido.
O filme possui três momentos bem marcados que são ditados pela própria trajetória e transformação de Clavius. O processo de morte e ressurreição de Jesus. A busca por seu corpo. E, por fim, a perseguição aos discípulos e ao próprio tribuno com eles. Isso acaba marcando o ritmo do filme que se diferencia bastante nesses três momentos.
É interessante ver acontecimentos não tão explorados por filmes religiosos ou não sobre a vida de Jesus. O filme já começa com ele crucificado e temos um ponto de vista bem diverso, com uma batalha entre romanos e judeus, entre eles Barrabás solto no lugar do Cristo. Aqui a ação é quem comanda. Clavius é um comandante ágil e não pensa duas vezes, sempre cumprindo sua missão.
Porém, é interessante indicar que mesmo aqui, há indícios da transformação, já que ao ver o Cristo na cruz, algo mexe em Clavius, que é indicado para nós com um efeito que pode soar tolo, principalmente pela música, zoom e repetição de imagem. Tanto que ele não deixa que quebrem suas pernas, mandando o soldado utilizar a lança para terminar o serviço.
Na parte em que ele tem que proteger o corpo e na posterior investigação do seu sumiço, o filme se torna uma espécie de suspense. Há momentos interessantes de interrogação ou quando emboscam Maria Madalena. Mas há também alguns momentos forçados como o estereótipo criado dos judeus ou a própria construção dos dois guardas que dormiram durante a vigília.
Por último, temos a parte em que Clavius vê Yeshua sendo tocado por sua imagem e se tornando, de certa maneira, seu seguidor. Aqui, a perseguição dos romanos ao grupo se torna cansativa e também trazem momentos pouco inspirados. A própria maneira como Clavius tem um protagonismo em muitas cenas é estranho, afinal, ele é o aprendiz mais novo ali.
De qualquer maneira, o filme consegue cumprir o seu papel a contento. Mesmo assumindo a mensagem religiosa e a doutrinação, principalmente na parte final, consegue contar uma história e envolver o público. Chama a atenção também a caracterização de Jesus com feições mouras ao contrário do loiro de olhos azuis de outros tempos. Um filme sem grandes destaques, mas que consegue ser conduzido de maneira honesta.
Ressurreição (Risen, 2016)
Direção: Kevin Reynolds
Roteiro: Kevin Reynolds, Paul Aiello
Com: Joseph Fiennes, Tom Felton, Peter Firth, Cliff Curtis, Maria Botto
Duração: 107 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Ressurreição
2016-05-06T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
Cliff Curtis|critica|drama|Joseph Fiennes|Kevin Reynolds|Maria Botto|Peter Firth|Tom Felton|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
King Richard: Criando Campeãs (2021), dirigido por Reinaldo Marcus Green , é mais do que apenas uma cinebiografia : é um retrato emocionalm...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
Olhando para A Múmia (1999), mais de duas décadas após seu lançamento, é fácil perceber como o filme se tornou um marco do final dos anos ...
-
Clint Eastwood me conquistou aos poucos. Ele sabe como construir um filme que emociona e, agora, parece ter escolhido Matt Damon como seu ...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Com previsão de lançamento para maio desse ano, Estranhos , primeiro longa do diretor Paulo Alcântara terá pré-estreia (apenas convidados) ...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...
-
O CinePipocaCult adverte: se você sofre de claustrofobia, síndrome do pânico ou problemas cardíacos é melhor evitar esse filme. Brincadeiras...