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X-Men: Apocalipse
X-Men: Apocalipse
A nova trilogia X-Men encerra sua trajetória no cinema de uma maneira um tanto melancólica. O que começou muito bem em First Class e manteve o nível em Dias de um futuro esquecido, se torna um tanto estranho, ainda que continue trazendo também valores a serem admirados.
Talvez o maior problema desse filme esteja em seu vilão e no tom da obra, que deixa de ser uma tragédia realista e ganha ares de fantasia exagerado, nos dando um Apocalipse sempre over, quase risível em sua megalomaníaca vontade de ser reconhecido como um Deus.
As grandes questões dos mutantes de serem aceitos pela sociedade, ou mesmo aceitarem a si próprios, está mascarada aqui. Há situações pontuais sobre a falsa aceitação dos homens aos mutantes. Principalmente envolvendo Magneto, personagem melhor explorado na nova trilogia e que tem os melhores momentos do filme como a cena da floresta. Acrescente-se a isso a bela interpretação de Michael Fassbender que consegue nos emocionar em muitos momentos.
A questão de aceitação dos seus próprios superpoderes parece resolvida de uma maneira quase simplória. A exemplo da Mística, heroína de mutantes e humanos. Isso dá uma centralidade e importância à personagem que não lhe seria comum em outros universos. E, mais do que uma questão narrativa, temos a importância que a própria intérprete, Jennifer Lawrence, ganhou na indústria. Incomoda que a Mística tenha se tornado quase uma Katniss Everdeen nessa realidade.
De qualquer maneira, o duelo entre o protetor Charles Xavier e atormentado Magneto continua gerando bons momentos. Agora acrescidos de novos personagens que somam ao duelo e massa crítica da obra, como Noturno, Scott Summers, Jean Grey e Tempestade. Além dos que já tinham aparecido, como Fera e Destrutor. Apessas deles, o ponto alto continua sendo as participações de Mercúrio em incríveis cenas de "supervelocidade em câmera lenta".
O problema é que não ficamos por aí. Temos Apocalipse. Aquele que é conhecido como um primeiro mutante. O falso Deus. O ser que pretende destruir o mundo que conhecemos para governar após o caos uma realidade onde os mutantes serão os soberanos na Terra, e não os humanos. A forma como ele é construído, erra o tom e torna suas cenas quase risíveis, onde deveria ser tensão e dor. Há uma cena em especial que chega a causar constrangimento. E isso prejudica e muito a fruição da obra como um todo.
Ainda assim, o filme possui bom efeitos especiais, até o 3D traz uma imersão boa, ainda que a câmera no início insista em sacudir mais do que o necessário, criando inclusive rimas indigestas como zoom in e zoom out, ziguezagueando e deixando o espectador quase com náuseas. As cenas de lutas também trazem bons momentos, com mutantes exibindo seus poderes e empolgando fãs.
Temos ainda algumas participações surpresas. Uma delas se torna quase um Deus Ex-Machina, ajudando a resolver um problema quase impossível. Mas, acaba trazendo também algo de bom nela. Além da sempre esperada aparição de Stan Lee, em uma cena que deveria ser emocionante, ao lado de sua esposa real, Joan Lee. Só por ele aparecer, a gente não consegue conter o sorriso. E, claro, uma cena pós créditos que podem dar pistas do rumo a partir daqui.
Entre erros e acertos, X-Men: Apocalipse não chega a ser a bomba anunciada pela imprensa internacional. É um filme com altos e baixos. Seus maiores problemas são o vilão caricato e exagerado e a sensação de não-novidade. É como se esse universo já tivesse sido explorado à exaustão e, ao reconhecermos, não temos mais aquela sensação empolgante de frescor, nem temos a reflexão inquietante que nos faz pensar em nosso próprio mundo. É um filme que ganha em visual e perde em profundidade temática. Parece que não foi só Apocalipse que ousou pensar que era mais importante do que realmente era.
X-Men: Apocalipse (X-Men: Apocalypse, 2016 / EUA)
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Simon Kinberg
Com: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Nicholas Hoult, Sophie Turner, Oscar Isaac, Rose Byrne
Duração: 154 min.
Talvez o maior problema desse filme esteja em seu vilão e no tom da obra, que deixa de ser uma tragédia realista e ganha ares de fantasia exagerado, nos dando um Apocalipse sempre over, quase risível em sua megalomaníaca vontade de ser reconhecido como um Deus.
As grandes questões dos mutantes de serem aceitos pela sociedade, ou mesmo aceitarem a si próprios, está mascarada aqui. Há situações pontuais sobre a falsa aceitação dos homens aos mutantes. Principalmente envolvendo Magneto, personagem melhor explorado na nova trilogia e que tem os melhores momentos do filme como a cena da floresta. Acrescente-se a isso a bela interpretação de Michael Fassbender que consegue nos emocionar em muitos momentos.
A questão de aceitação dos seus próprios superpoderes parece resolvida de uma maneira quase simplória. A exemplo da Mística, heroína de mutantes e humanos. Isso dá uma centralidade e importância à personagem que não lhe seria comum em outros universos. E, mais do que uma questão narrativa, temos a importância que a própria intérprete, Jennifer Lawrence, ganhou na indústria. Incomoda que a Mística tenha se tornado quase uma Katniss Everdeen nessa realidade.
De qualquer maneira, o duelo entre o protetor Charles Xavier e atormentado Magneto continua gerando bons momentos. Agora acrescidos de novos personagens que somam ao duelo e massa crítica da obra, como Noturno, Scott Summers, Jean Grey e Tempestade. Além dos que já tinham aparecido, como Fera e Destrutor. Apessas deles, o ponto alto continua sendo as participações de Mercúrio em incríveis cenas de "supervelocidade em câmera lenta".
O problema é que não ficamos por aí. Temos Apocalipse. Aquele que é conhecido como um primeiro mutante. O falso Deus. O ser que pretende destruir o mundo que conhecemos para governar após o caos uma realidade onde os mutantes serão os soberanos na Terra, e não os humanos. A forma como ele é construído, erra o tom e torna suas cenas quase risíveis, onde deveria ser tensão e dor. Há uma cena em especial que chega a causar constrangimento. E isso prejudica e muito a fruição da obra como um todo.
Ainda assim, o filme possui bom efeitos especiais, até o 3D traz uma imersão boa, ainda que a câmera no início insista em sacudir mais do que o necessário, criando inclusive rimas indigestas como zoom in e zoom out, ziguezagueando e deixando o espectador quase com náuseas. As cenas de lutas também trazem bons momentos, com mutantes exibindo seus poderes e empolgando fãs.
Temos ainda algumas participações surpresas. Uma delas se torna quase um Deus Ex-Machina, ajudando a resolver um problema quase impossível. Mas, acaba trazendo também algo de bom nela. Além da sempre esperada aparição de Stan Lee, em uma cena que deveria ser emocionante, ao lado de sua esposa real, Joan Lee. Só por ele aparecer, a gente não consegue conter o sorriso. E, claro, uma cena pós créditos que podem dar pistas do rumo a partir daqui.
Entre erros e acertos, X-Men: Apocalipse não chega a ser a bomba anunciada pela imprensa internacional. É um filme com altos e baixos. Seus maiores problemas são o vilão caricato e exagerado e a sensação de não-novidade. É como se esse universo já tivesse sido explorado à exaustão e, ao reconhecermos, não temos mais aquela sensação empolgante de frescor, nem temos a reflexão inquietante que nos faz pensar em nosso próprio mundo. É um filme que ganha em visual e perde em profundidade temática. Parece que não foi só Apocalipse que ousou pensar que era mais importante do que realmente era.
X-Men: Apocalipse (X-Men: Apocalypse, 2016 / EUA)
Direção: Bryan Singer
Roteiro: Simon Kinberg
Com: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence, Nicholas Hoult, Sophie Turner, Oscar Isaac, Rose Byrne
Duração: 154 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
X-Men: Apocalipse
2016-05-18T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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