Home
Anna Lee
classicos
critica
Donald Crisp
drama
John Ford
Maureen O’Hara
OlhardeCinema2016
Roddy McDowal
Walter Pidgeon
Como Era Verde o Meu Vale
Como Era Verde o Meu Vale
Ver um filme de John Ford no cinema é sempre um acontecimento especial. Por isso, não pude perder a exibição de Como Era Verde o Meu Vale, adaptação do livro de Richard Llewellyn, no 5º Olhar de Cinema de Curitiba.
O filme está longe de ser a obra-prima do diretor, na verdade, é talvez seu filme mais polêmico, o que ficou conhecido como aquele que tirou o Oscar de Cidadão Kane. Mas, não é difícil compreender o porquê a Academia o ter preferido no lugar da obra-prima de Orson Welles.
O mundo estava em guerra e Como Era Verde o Meu Vale traz um sentimento saudosista de uma época que não retorna, onde tudo era mais ingênuo e a vida mais fácil, com os valores familiares fortes.
Na verdade, o filme é construído em flashback, a partir das memórias de Huw Morgan sobre o período em que ele, com seis anos, vivia com sua família em um pequeno vale no País de Gales.
Família tradicional, religiosa, conhecida no local, todos trabalhadores da mina da região. Huw é o primeiro letrado, que vai à escola e sofre preconceito por isso. Mas, aprende a se defender, inclusive de um cruel professor que abre as portas para o bullying que a criança sofre por lá.
O filme mostra a trajetória de mudanças, com o progresso, a dificuldade financeira, os acidentes de trabalho e mesmo a maledicência da vizinhança em relação à posturas femininas vistas como inadequadas pela igreja.
Mas, o que encanta mesmo no filme é esse tom melancólico construído em um ritmo próprio e belo. Com paisagens bem construídas e uma sensação eterna de que o passado é mesmo o local em que todos querem viver. Quem nunca se pegou relembrando a infância e as coisas boas já vividas?
Ao colocar Huw para relembrar sua infância, é seu sentimento que comanda a trama e somos contagiados por ele, relembrando nossos próprios momentos. E tudo está ali de alguma maneira contemplado. O primeiro amor, as decepções, situações difíceis, medos, perdas e, acima de tudo, o crescimento e aprendizado da vida.
Como Era Verde o Meu Vale é um exemplo do que um filme clássico é capaz. Mesmo quase noventa anos depois ainda funciona e dialoga com plateias diversas. Daqueles para se ver e rever, de preferência assim, na tela grande.
Filme visto no 5º Olhar de Cinema - Curitiba.
Como Era Verde o Meu Vale (How green Wars my vallery, 1941 / EUA)
Direção: John Ford
Roteiro: Philip Dunne
Com: Walter Pidgeon, Maureen O’Hara, Anna Lee, Donald Crisp, Roddy McDowal
Duração: 122 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Como Era Verde o Meu Vale
2016-06-18T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
Anna Lee|classicos|critica|Donald Crisp|drama|John Ford|Maureen O’Hara|OlhardeCinema2016|Roddy McDowal|Walter Pidgeon|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
King Richard: Criando Campeãs (2021), dirigido por Reinaldo Marcus Green , é mais do que apenas uma cinebiografia : é um retrato emocionalm...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
Clint Eastwood me conquistou aos poucos. Ele sabe como construir um filme que emociona e, agora, parece ter escolhido Matt Damon como seu ...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Amor à Queima Roupa (1993), dirigido por Tony Scott e roteirizado por Quentin Tarantino , é um daqueles filmes que, ao longo dos anos, se...
-
Olhando para A Múmia (1999), mais de duas décadas após seu lançamento, é fácil perceber como o filme se tornou um marco do final dos anos ...
-
O CinePipocaCult adverte: se você sofre de claustrofobia, síndrome do pânico ou problemas cardíacos é melhor evitar esse filme. Brincadeiras...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...