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Independence Day: O Ressurgimento
Independence Day: O Ressurgimento
Independence Day chegou aos cinemas em 1996 e impressionou pelos efeitos especiais para a época. Outro ponto positivo, o carisma de Will Smith como o capitão Steven Hiller. Fora isso, tínhamos uma trama boba, com um final que trazia um Deus ex-machina, ou seja, uma resolução mágica que surge sem muita coerência. Vinte anos depois, eles resolvem ressuscitar o universo com uma estrutura bem parecida, só que sem o carisma de Will Smith.
Vinte anos se passaram na trama também. A Terra comemora todo dia 04 de julho a vitória sobre os alienígenas, os governos utilizam as armas e máquinas do povo vencido e alguns aliens são mantidos como prisioneiros em estado catatônico. Mas, o medo ainda paira no ar. Alguns dos mais atingidos pela tragédia da invasão continuam estudando os inimigos e alguns, inclusive, parecem ter adquirido alguma espécie de ligação mental com eles. Tanto que são capazes de pressentir o retorno dos mesmos, dessa vez para dizimar a Terra.
O capitão Steven Hiller faleceu, mas seu filho, Dylan, é o capitão da vez, só que não o herói, já que quem assume esse arquétipo do herói rebelde que Smith representava no filme anterior, é o tenente Jake Morrison, vivido por Liam Hemsworth. Temos agora uma presidente mulher comandando os Estados Unidos, mas esse talvez seja um dos inúmeros erros do roteiro. Não por termos uma mulher na presidência, mas pelo reforço do estereótipo ruim de uma mulher no comando que o filme traz e que não nos leva literalmente a nada, vide o que acontece no meio da trama.
Na verdade, Bill Pullman continua sento a figura lendária do líder que os leva à vitória. Mesmo paranoico, ele consegue discernir bem seus pensamentos e vai intervindo na trama de maneira positiva. É essa figura que o filme novamente enaltece, o homem branco estadunidense, íntegro, corajoso e capaz de liderar seu povo à vitória contra os alienígenas. Alienígenas esses que continuam pouco trabalhados.
Não há uma preocupação no roteiro em desenvolver melhor esse povo invasor. Suas motivações, seu raciocínio lógico, sua capacidade de compreender o universo. É tudo extremamente superficial. E algumas explicações ficam no ar, soando tolas, afinal, esse povo é evoluído ou não ? Como são capazes de armas tecnológicas tão avançadas, assim como máquinas e armaduras, mas por outro lado, agem como animais irracionais ? Na verdade, o filme não se preocupa muito em explicá-los, focando na ação. Mas, pelo menos, busca um plano mais coerente do que colocar um vírus digital terrestre capaz de desarmar uma arma alienígena como foi no primeiro.
O foco mais uma vez é mesmo a ação e os efeitos especiais. Desde o início, Roland Emmerich investe em cenas no espaço, com tensão e missões quase suicidas. Constrói também voos de apresentação e outras peripécias para distrair o público, tentando criar um clima de superioridade e empatia por aqueles heróis do espaço. Mas não chega de fato a nos fazer se importar com eles. Isso prejudica parte do filme, já que não estamos torcendo por ninguém em especial, mas apenas observando o espetáculo. Nem mesmo o cachorro aqui (sim, porque eles repetem uma cena com o animal) consegue nos deixar tão tensos como na cena em Nova York do primeiro. Na verdade, a cena acaba sendo quase uma piada com o primeiro.
De qualquer maneira, as batalhas são bonitas de ver. Os efeitos são bem feitos e tem adrenalina pela boa composição cênica. As cenas do desastre em Londres, por exemplo, são impressionantes. Mas, nada que não tenhamos visto em outros filmes melhores. Em 96, poderia ser novidade, hoje não passa de mais do mesmo. E sem uma história boa ou personagens carismáticos fica difícil comprar a ideia do filme. Até porque ele se leva a sério demais, tentando criar esse sentimento planetário na plateia, ainda que através da visão estadunidense.
Independence Day: O Ressurgimento, como disse, não é muito diferente do seu antecessor. O filme de 1996 só pode ser considerado melhor porque trazia um frescor de novidade e contava com o carisma de Will Smith como protagonista. Fora isso, são dois filmes com bons efeitos e história descartável. E o pior, fica um gancho para um terceiro filme.
Independence Day: O Ressurgimento (Independence Day: Resurgence , 2016 / EUA)
Direção: Roland Emmerich
Roteiro: Nicolas Wright, James A. Woods, Dean Devlin, Roland Emmerich, James Vanderbilt
Com: Liam Hemsworth, Jeff Goldblum, Bill Pullman, Jessie T. Usher, Maika Monroe, William Fichtner, Judd Hirsch, Charlotte Gainsbourg
Duração: 120 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Independence Day: O Ressurgimento
2016-06-28T08:30:00-03:00
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