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Operações Especiais
Operações Especiais
Tropa de Elite não conseguiu nos convencer de que cinema brasileiro pode gerar bons policiais. Sempre que vem outro do gênero a gente fica com medo de um Federal ou Segurança Nacional. Operações Especiais não chega a ser bom como o filme de Padilha, mas também não é uma bomba como os demais, poderia apenas aprofundar um pouco mais seus personagens e caprichar no roteiro.
A trama gira em torno de Francis, personagem de Cleo Pires, uma garota formada em turismo que resolve concorrer a um cargo na polícia civil, após um assalto no hotel em que trabalha, porque uma amiga disse que pagavam bem. Achando que ficaria apenas em trabalhos burocráticas, ela acaba sendo designada para uma operação especial no interior do Rio de Janeiro onde tem que enfrentar verdadeiras batalhas.
Uma questão que o filme traz de diferente da maioria dos policias é a visão feminista. Não apenas por Cleo Pires ser a protagonistas, temos muitas policiais mulheres no comando. Mas, a garota enfrenta o machismo dos colegas que chegam a fazer aposta sobre ela resistir ou não à missão. "Mulher tem medo de barata, não é feita para isso", diz um deles.
Mesmo com medo, Francis não desiste. Algumas missões a assustam, falha em muitas, mas vai aprendendo aos poucos a atuar como uma verdadeira policial. E é interessante que a evolução é crível, ainda que alguns momentos pareça estranho que uma policial treinada possa se assustar tanto com tiros a ponto de suar frio e não conseguir apontar sua própria arma.
Na verdade, a construção da protagonista e dos demais colegas carece de aprofundamento. Não há background suficiente para compreendê-los e muitos acabam sendo apenas esterótipos frágeis, como o personagem de Thiago Martins. A questão dos policiais serem corretos ou corruptos também gera um maniqueísmo simplista que compromete muito da evolução do roteiro. Todo o terceiro ato acaba sendo tolo, ainda que haja uma tentativa de moral da história.
As cenas de ação, no entanto, são um show à parte. Talvez a melhor coisa do filme, junto com as atuações convincentes. Os diversos tiroteios que acontecem pela cidade são bem orquestrados e levam verdade em cena. Há tensão nas operações, assim como nas tentativas de prisões ou fugas. Há bons momentos de embates que vão ficando cada vez mais tensos.
Operações Especiais é um filme de altos e baixos, mas acaba sendo promissor, não apenas por ele, mas pelo gênero em si no Brasil. O roteiro poderia ser melhor, os personagens poderiam ser melhor desenvolvidos. Ainda assim, é capaz de entreter e se torna um filme policial bem intencionado.
Operações Especiais (Operações Especiais, 2015 / Brasil)
Direção: Tomas Portella
Roteiro: Mauro Lima, Tomas Portella, Martina Rupp
Com: Cleo Pires, Fabrício Boliveira, Marcos Caruso, Thiago Martins, Fábio Lago, Fabiula Nascimento, Antonio Tabet
Duração: 99 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Operações Especiais
2016-10-18T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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