
Tropa de Elite não conseguiu nos convencer de que cinema brasileiro pode gerar bons policiais. Sempre que vem outro do gênero a gente fica com medo de um Federal ou Segurança Nacional. Operações Especiais não chega a ser bom como o filme de Padilha, mas também não é uma bomba como os demais, poderia apenas aprofundar um pouco mais seus personagens e caprichar no roteiro.
A trama gira em torno de Francis, personagem de Cleo Pires, uma garota formada em turismo que resolve concorrer a um cargo na polícia civil, após um assalto no hotel em que trabalha, porque uma amiga disse que pagavam bem. Achando que ficaria apenas em trabalhos burocráticas, ela acaba sendo designada para uma operação especial no interior do Rio de Janeiro onde tem que enfrentar verdadeiras batalhas.

Mesmo com medo, Francis não desiste. Algumas missões a assustam, falha em muitas, mas vai aprendendo aos poucos a atuar como uma verdadeira policial. E é interessante que a evolução é crível, ainda que alguns momentos pareça estranho que uma policial treinada possa se assustar tanto com tiros a ponto de suar frio e não conseguir apontar sua própria arma.

As cenas de ação, no entanto, são um show à parte. Talvez a melhor coisa do filme, junto com as atuações convincentes. Os diversos tiroteios que acontecem pela cidade são bem orquestrados e levam verdade em cena. Há tensão nas operações, assim como nas tentativas de prisões ou fugas. Há bons momentos de embates que vão ficando cada vez mais tensos.
Operações Especiais é um filme de altos e baixos, mas acaba sendo promissor, não apenas por ele, mas pelo gênero em si no Brasil. O roteiro poderia ser melhor, os personagens poderiam ser melhor desenvolvidos. Ainda assim, é capaz de entreter e se torna um filme policial bem intencionado.
Operações Especiais (Operações Especiais, 2015 / Brasil)
Direção: Tomas Portella
Roteiro: Mauro Lima, Tomas Portella, Martina Rupp
Com: Cleo Pires, Fabrício Boliveira, Marcos Caruso, Thiago Martins, Fábio Lago, Fabiula Nascimento, Antonio Tabet
Duração: 99 min.