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Synchronicity
Synchronicity
Ficções científicas são sempre riscos assumidos, principalmente quando se leva a sério demais tentando explicar através de uma dramaturgia questões tão complexas como teoria da relatividade, buraco da minhoca, viagens temporais. Synchronicity tenta um caminho que parece promissor, porém, acaba confuso, com um final que quer nos surpreender, mas acaba soando simplista em sua essência. Tentarei explicar sem dar spoilers.
A trama se resume a um experimento do cientista Jim Beale que quer abrir uma fenda através de um buraco da minhoca que possa tornar capaz a viagem no tempo. Para que sua máquina funcione, no entanto, ele precisa de um material extremamente caro, o que o deixa nas mãos do empresário Klaus Meisner. Mas, tudo fica ainda mais complexo quando ele conhece a bela Abby e se torna cobaia de seu próprio experimento.
O clima do filme é muito similar a Blade Runner. Um tom sombrio e melancólico eterno que traz inclusive acordes semelhantes em sua trilha sonora ao filme de Ridley Scott. Os cenários reduzidos tem boa parte da trama centrada no laboratório e o prédio onde ele se encontra, com muitas pilastras de concreto que ajudam na construção desse tom e paleta de cores.
A grande questão do roteiro de Jacob Gentry e Alex Orr é querer esconder um detalhe que, na verdade, está citado quase en passant logo na primeira conversa e discussão científica. Há um impacto na revelação ou confirmação disso, não se pode negar. Mas essa questão científica tão trabalhada e reforçada nos discursos explicativos de Jim acabam se tornando secundários diante do que o filme acaba tornando mais forte. Synchronicity é uma história de amor. Ou, em palavras mais chulas expressas pelo amigo e também cientista Chuck, uma corrida desesperada de Jim para transar com Abby.
Blade Runner também é uma história de amor, dirão alguns. Verdade, aliás, todas as histórias de alguma maneira aliam aventura, ficção científica ou qualquer outra coisa com o amor, combustão que embala diferentes plateias. Porém, em Synchronicity isso não é tão bem trabalhado. As emoções de Abby e Jim são confusas nos três momentos-chaves criando alguns incongruências, ainda que seja interessante pensar nas possibilidades de personalidades da moça.
O fato é que a trama de Synchronicity não flui tão bem quanto poderia. Há um excesso de tentativas de explicação científica de como a máquina funciona que deixa o espectador flutuando entre didatismos e complexidade incapaz de ser alcançada. As personagens não são suficientemente trabalhadas e as relações não parecem tão críveis quando deveriam. E quando a luz finalmente se faz, as regras do universo ficcional parecem carecer de itens essenciais.
Ainda assim, há momentos de revelações interessantes e um trabalho minucioso que faz algumas revelações dos três momentos serem prazerosas, como as explicações para os acontecimentos no apartamento de Abby. Porém, mesmo isso, após a explicação final, nos deixa com dúvidas em relação à precisão de alguns coisas como hora exata e outros detalhes.
No final, Synchronicity é um filme curioso, com algumas questões que poderiam ser melhor trabalhadas.
Synchronicity (Synchronicity, 2016 / EUA)
Direção: Jacob Gentry
Roteiro: Jacob Gentry, Alex Orr
Com: Chad McKnight, Brianne Davis, AJ Bowen, Scott Poythress, Michael Ironside
Duração: 101 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Synchronicity
2016-10-01T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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