Home
acao
critica
Felicity Jones
Irrfan Khan
Omar Sy
Ron Howard
Sidse Babett Knudsen
suspense
Tom Hanks
Inferno
Inferno
Robert Langdon está de volta as telas do cinema em mais uma aventura genérica que o faz parecer mais um James Bond que um pesquisador. E, independente do livro de Dan Brown, o filme Inferno é mais uma obra onde as referências históricas e artísticas são apenas desculpas para muito corre-corre.
Agora, se tem uma coisa interessante no roteiro de Inferno é o seu primeiro ato. E, até por isso, apresentar uma sinopse da obra pode prejudicar a sensação. Tudo porque Robert Langdon acorda no hospital com um ferimento na cabeça, sem memória e com uma médica tentando ajudá-lo, enquanto uma policial tenta atirar nele.
Sermos jogados junto com o professor na aventura sem muitas explicações é uma sensação interessante. Nos prende, nos deixa instigados. As explicações vão sendo lançadas como pistas, aos poucos, em flashes de memória que ele vai tendo. Mas, à medida que vamos juntando as peças do quebra-cabeças, vão ficando pontas soltas e explicações inverossímeis que fazem essa boa sensação de suspense se perder.
Isso pode ser um dos problemas que as adaptações das obras de Dan Brown sempre tiveram, o ritmo das explicações. No livro, podemos seguir as pistas e até raciocinar junto com elas, ainda que muita coisa seja dada pronta. Já nos filmes, as cenas de perseguição são priorizadas deixando as explicações e pistas como pano de fundo, quase alegorias apenas para fingir ter ali algo diferente.
Não temos tempo de raciocinar e compreender as pistas. Não nos é dada a oportunidade de desvendá-las junto com o pesquisador. Tudo vai sendo apresentado para nós à medida que ele as desvenda. Assim foi com a Bíblia e Da Vinci, assim foi com os Illuminati e agora é com Dante e seu Inferno.
Além disso, muito do plano do vilão fica incompreensível e incongruente demais. É difícil acreditar, pelo que foi apresentado no filme, que alguém realmente acreditasse naquilo. E mesmo que desse a vida para que o plano se concretizasse como algo maior, em prol da humanidade.
Seguindo a fórmula já clichê do escritor, Inferno tem também reviravoltas que buscam surpreender o público, mas aqui parecem extremamente óbvias, quebrando o impacto das revelações. Uma pena, pois o universo prometia algo mais rico e congruente.
No final, Inferno é apenas um filme genérico, sem grandes emoções ou revelações que possam nos fazer pensar e embarcar naquela aventura. Ainda que o filme não seja tão bom, O Código Da Vinci continua sendo a obra mais rica de Dan Brown nesse sentido.
Inferno (Inferno, 2016 / EUA)
Direção: Ron Howard
Roteiro: David Koepp
Com: Tom Hanks, Felicity Jones, Irrfan Khan, Sidse Babett Knudsen, Omar Sy
Duração: 121 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Inferno
2016-11-01T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
acao|critica|Felicity Jones|Irrfan Khan|Omar Sy|Ron Howard|Sidse Babett Knudsen|suspense|Tom Hanks|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
King Richard: Criando Campeãs (2021), dirigido por Reinaldo Marcus Green , é mais do que apenas uma cinebiografia : é um retrato emocionalm...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
Clint Eastwood me conquistou aos poucos. Ele sabe como construir um filme que emociona e, agora, parece ter escolhido Matt Damon como seu ...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Olhando para A Múmia (1999), mais de duas décadas após seu lançamento, é fácil perceber como o filme se tornou um marco do final dos anos ...
-
Amor à Queima Roupa (1993), dirigido por Tony Scott e roteirizado por Quentin Tarantino , é um daqueles filmes que, ao longo dos anos, se...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...
-
O CinePipocaCult adverte: se você sofre de claustrofobia, síndrome do pânico ou problemas cardíacos é melhor evitar esse filme. Brincadeiras...