
Sonhos. Por mais clichê que seja, este é um tema que parece nunca sair de moda. O ser humano é movido por sonhos, por metas a serem alcançadas. Não por acaso vemos tantos filmes sobre isso. A Bailarina não é diferente.

É interessante que o sonho da menina em ser bailarina venha de uma caixinha de música que carrega desde pequena. Única coisa que ficou com ela quando foi abandonada na porta do orfanato. Dançar não é apenas um capricho, mas uma alternativa de vida e uma questão emocional também, já que a liga à mãe que não conheceu e não sabemos exatamente o que aconteceu.

Apesar de caberem esterótipos na história, a construção da vilã é exagerada demais. A mãe de Camille é uma bruxa pior que todas as madrastas de contos de fadas conhecidos. E, na parte final, o que já era over beira o absurdo, construindo uma sequência de perseguição completamente desnecessária e que pode irritar, atrapalhando a trajetória da protagonista.
De qualquer maneira, ainda que sem uma técnica perfeita, a animação é bem realizada. Os movimentos de ballet são bem construídos e criam uma beleza estética nos números de dança, sem ser apenas uma repetição mecânica tipo uma caixinha de música. Tudo é bonito de acompanhar.
No final, A Bailarina é uma animação divertida e inofensiva, que deve divertir as crianças em geral. Como uma grande brincadeira, Félicie e Victor vão atrás de seus sonhos. Afinal, para criança, brincadeira é coisa séria e vale uma vida.
A Bailarina (Ballerina, 2017 / França)
Direção: Eric Summer, Éric Warin
Roteiro: Eric Summer, Carol Noble, Laurent Zeitoun
Duração: 90 min.