
Documentário indicado ao Oscar, Vida, Animada é um curioso relato sobre como a Disney salvou a vida de um menino com autismo. E consegue um resultado bastante instigante.
Baseado no livro escrito por seu pai, que também assina o roteiro da obra, o filme conta a história de Owen Suskind, um garoto que com três anos de idade foi diagnosticado com autismo, deixando seus pais preocupados com seu futuro.

Um discurso que Owen, já adulto, faz no final do filme diz que as pessoas acham que os autistas não gostam de contato com outros, o que é um erro, elas só não sabem como se relacionar. Isso talvez seja a chave do documentário. Mostrar como é o raciocínio de uma pessoa com autismo e sua dificuldade de conexão com o mundo que o cerca.

É curioso quando seu irmão mais velho tenta falar com ele sobre sexo e, depois, em depoimento para a câmera, constata que a Disney não tem sexo, no máximo beijos "sem língua", o que dificulta esse passo na vida do irmão, já que ele fica nervoso com tudo aquilo que não conhece.
O documentário acompanha a família, mesclando cenas dos desenhos da Disney, imagens de arquivo pessoal de quando Owen ainda era uma criança e desenhos do próprio rapaz que fez de si mesmo uma personagem animada, o protetor dos amigos. O ritmo funciona bem e nos ajuda a compreender aquela história de maneira ilustrativa e sem precisar de muito didatismo ou mesmo uma carga grande de depoimentos.
Entramos no mundo de Owen e nos divertimos com ele. Sentimos suas dores e nos alegramos com suas conquistas. Um filme que nos faz pensar sobre a mente humana e suas nuanças.
Vida, Animada (Life, Animated, 2017 / EUA)
Direção: Roger Ross Williams
Roteiro: Ron Suskind
Duração: 90 min.