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The Rocky Horror Picture Show
The Rocky Horror Picture Show
Baseado na peça de Richard O'Brien, o filme The Rocky Horror Picture Show tem uma atmosfera gótica e esquisita. Não por acaso talvez seja a única comédia musical de terror com tons eróticos que temos notícia. A atual série não consegue reconstruir o clima que fascina e cria estranhamento do filme de Jim Sharman. Não por acaso este é considerado um clássico.
A história gira em torno do casal Brad e Janet, vividos por Barry Bostwick e Susan Sarandon, recém-noivos, eles ficam presos em uma estrada chuvosa com o carro quebrado e pedem ajuda em uma estranha mansão que é propriedade do misterioso Frank N. Furter, interpretado por Tim Curry. Um transexual, extremamente sexualizado e que parece não ser muito certo do juízo.
Na verdade, o filme faz uma sátira às obras de ficção científica, misturando mitos como Frankenstein e diversas obras de extraterrestres. Tudo isso com muita música com coreografias ainda mais estranhas e situações de terror com direito a perseguições, mortes, torturas. E, claro, muitas cenas de sexo. Sintam a ironia do "claro". Pois o que o filme faz é isso, tornar natural situações bizarras onde a lógica não parece gerir nada.
E o mais curioso de The Rocky Horror Picture Show é que, apesar da eterna sensação de estranhamento e falta de lógica, a obra vai nos envolvendo, divertindo e gostamos do que estamos vendo. Não há uma explicação racional, apenas efeitos sensoriais que constroem uma experiência estética prazerosa. Quanto mais estranho, melhor o filme vai ficando.
As músicas também são outro atrativo. Trazem o espírito livre do rock e ajudam nessa sensação de pertencimento do filme, ainda que repleto de estranhamento da trama. Os números musicais não primam pela técnica, a ideia é mesmo criar graça e ironia apesar de tudo. O que torna ainda mais divertido e exótico. Talvez por isso tenha feito tanto sucesso na década seguinte ao seu lançamento.
Vale ainda destacar as ótimas atuações, principalmente de Tim Curry, que dá vida a um Frank N. Furter extremamente sensual e esquisito. Um verdadeiro louco que fascina por sua vontade de simplesmente vivenciar as emoções de maneira extrema. Dá medo, dá raiva, irrita em sua força agressiva que oprime seus funcionários e "convidados", mas ao mesmo tempo inspira com seu espírito transgressor. Não é um ser a ser admirado, mas não deixa de causar seu fascínio. E Curry consegue dosar isso muito bem.
The Rocky Horror Picture Show não é para ser analisado racionalmente mesmo. É para ser sentido, vivenciado em seus extremos. Sem pudor e culpa por estar extravasando com algo tão politicamente incorreto. Sinta o ritmo.
The Rocky Horror Picture Show (The Rocky Horror Picture Show, 1975 / EUA)
Direção: Jim Sharman
Roteiro: Richard O'Brien, Jim Sharman
Com: Tim Curry, Susan Sarandon, Barry Bostwick
Duração: 100 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
The Rocky Horror Picture Show
2017-04-23T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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