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Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar
Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar
O Capitão Jack Sparrow está de volta para alegria de uns, tristeza de outros. A personagem acabou se mesclando tanto em seu intérprete que tudo que vemos de Johnny Depp a partir de então parece soar um pouco como o atrapalhado pirata. Isso acabou desgastando sua imagem ao ponto de que, ao vê-lo entrar em cena aqui, o filme parece perder força ao invés do contrário.
Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar tenta retomar a fórmula da trilogia original, onde Sparrow era apenas um secundário que roubava a cena e era adjuvante do herói. O casal William Turner e Elizabeth Swann, vividos por Orlando Bloom e Keira Knightley até são resgatados, mas quem conduz mesmo a trama é o filho deles, Henry Turner, interpretado por Brenton Thwaites. A astrônoma acusada de feitiçaria Carina Smyth, vivida por Kaya Scodelario faz a nova parceria, construindo também o velho jogo de amor e ódio entre um casal que espera-se ver junto no final.
A trama parece melhor construída que o confuso "Navegando em Águas Misteriosas", quarto filme da franquia. Desta vez, Henry precisa encontrar o lendário tridente de Poseidon para libertar seu pai, William, da maldição que o prende a um navio fantasma. Carina também está atrás desse artefato, como uma caçada pessoal familiar. E Sparrow também terá que procurá-lo, já que está sendo caçado pelo Capitão Salazar, amaldiçoado comandante de um navio fantasma, graças as artimanhas do pirata. Nessa jornada, claro, ainda se envolverá o Capitão Hector Barbossa, que trará algumas revelações surpresas.
Estrutura montada, não há muito segredo do que virá pela frente. Piratas do Caribe mantém o seu ritmo ágil, mesclando aventura, cenas de batalha e comédia. A longa duração aqui não parece criar uma sensação de cansaço como o filme anterior, devido a quantidade de peripécias construídas pelo roteiro. É uma estrutura muito próxima mesmo do primeiro filme, com apresentação de personagens e pequenos arcos que vão se resolvendo antes da aventura maior. E muitos deles funcionam muito bem, principalmente o prólogo.
Já o primeiro arco de Jack Sparrow soa cansativo e exagerado, reforçando a imagem desgastada da personagem. Desde sua aparição bêbado em um certo local até a corrida pela cidade, que parece acumular absurdos e excessos. Nessa primeira parte, o fato mais divertido é a participação do eterno beatle Paul McCartney como o tio Jack, o que ainda faz uma piada interna ao intérprete do pai do pirata, Keith Richards, guitarrista dos Rolling Stones. Ainda assim, o pirata consegue se mesclar bem na trama do novo casal em busca do tridente e lutando contra britânicos e fantasmas, já que a guarda inglesa está atrás dos três.
Javier Bardem é uma boa aquisição para a franquia, construindo bem o seu capitão amaldiçoado. Um homem que dedicou sua vida a caçar piratas, mas acabou enganado por um deles. O tom over em muitas cenas faz sentido, já que traz toda essa carga e é, de fato, um fantasma. Já Brenton Thwaites cumpre o seu papel de herói destemido sem muito destaque, enquanto que Kaya Scodelario parece cumprir a cota feminina em um universo extremamente masculino, e machista, já que Keira Knightley é apenas uma figurante de luxo em cena e a outra personagem feminina é uma feiticeira caricata que não agrega muito à trama. Ainda assim, é interessante perceber a mudança de padrão, ao colocá-la como uma astrônoma em uma época onde a mulher não podia estudar e com uma personalidade extremamente forte, a ponto de guiar a aventura em muitos momentos e, até mesmo, comandar um navio por alguns instantes.
Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar é mais do mesmo, é verdade, mas pelo menos é um mais do mesmo que repete os pontos positivos da saga, tentando minimizar os negativos. O que acaba tornando-o um dos melhores dos cinco filmes. A cena pós-créditos (já tradição da franquia) dá abertura para novas aventuras, ou pode ser simplesmente uma piada final dos produtores. A gente só espera que qualquer retorno ao mar tenha uma justificativa maior do que simplesmente aproveitar mais um sucesso de bilheterias. E, definitivamente, Johnny Depp precisa repensar sua imagem desgastada para não matar a memória afetiva de uma personagem tão querida.
Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (Pirates of the Caribbean: Dead Men Tell No Tales, 2017 / EUA)
Direção: Joachim Rønning, Espen Sandberg
Roteiro: Jeff Nathanson
Com: Johnny Depp, Geoffrey Rush, Javier Bardem, Brenton Thwaites, Kaya Scodelario, Orlando Bloom, Keira Knightley
Duração: 129 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar
2017-05-29T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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