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Rômulo Braga
Simone Cortezão
Navios de Terra
Navios de Terra
Navios de Terra é daqueles filmes chamados de híbridos, Entre o documental e a ficção, nos fala de temas caros à atualidade. Indo desde a exploração de minério que devasta montanhas, à tragédia ambiental de Mariana.
Acompanhamos o protagonista, sem nome, interpretado por Rômulo Braga, que é ex-minerador e agora marinheiro nesse navio que carrega a terra da montanha para a China, em uma jornada literal e simbólica que nos conduz por imagens de impacto e contos lendários.
A maneira como Rômulo, e, consequentemente nós, ouvimos seu companheiro oriental Shina falar sobre os conhecimentos antigos, em língua nativa, acaba nos transportando para um tempo passado onde a tradição oral nos nutria e o homem tinha uma noção maior de como lidar com a natureza.
“A lama é lenta e melancólica” diz Shima a determinado momento do filme. Navios de Terra é como a lama, lento e melancólico. É difícil, requer atenção, mas não significa algo ruim. É uma contemplação de tragédias. Da ganância humana seja na mineração, seja em outras formas de explorar os recursos naturais da terra.
Simone Cortezão fala de tudo um pouco através de simbologias. A ideia de construir boa parte de sua jornada a bordo de um navio cargueiro nos traz exatamente esse paralelo com a força da água, que é transformação. E que também é símbolo de exploração, descobrimento.
A chegada na China quebra um pouco esse tom, mas traz também sua beleza, no resgate ancestral, nas lendas já desenvolvidas durante a projeção, do próprio contraste da paisagem, das pessoas. E tudo que traz o protagonista nessa jornada.
É impressionante como nos vemos hipnotizados por aquelas imagens e embarcamos em uma grande reflexão sobre nossas próprias atitudes. Um filme que fica em nossa mente reverberando ainda por algum tempo.
Filme visto no 6º Olhar de Cinema de Curitiba.
Navios de Terra (Brasil, 2017)
Direção: Simone Cortezão
Roteiro: Simone Cortezão
Com: Rômulo Braga
Duração: 70min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Navios de Terra
2017-06-13T14:45:00-03:00
Amanda Aouad
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