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Homem-Aranha: De Volta ao Lar
Homem-Aranha: De Volta ao Lar
Divertido, coerente com o que a Marvel tem feito, a cara do herói. Talvez esses sejam alguns dos adjetivos que verão sobre Homem-Aranha: De Volta ao Lar, e fazem jus a obra. O sexto filme do aranha nos cinemas consegue reiniciar sem precisar contar tudo novamente, o que é um belo feito, além de levá-lo de volta aos conflitos de um adolescente com superpoderes.
Nada de morte de tio Ben ou como ele foi mordido por uma aranha. Entrando no Universo Marvel em Guerra Civil, o homem-aranha não precisa mais de explicações. É um dos heróis mais populares e queridos dos quadrinhos e sua origem já foi bastante explorada. Em vez disso, os roteiristas são felizes em nos mostrar a origem dos vilões que cruzarão o seu caminho nessa jornada, vilões coerentes, sem o tom caricato que vinham sendo o tom dos vilões Marvel nos cinemas. Isso também traz um diferencial para obra.
Neste ponto, vale destacar o Abutre e a boa interpretação de Michael Keaton. É quase impossível não fazer associação com seu último herói nos cinemas, Birdman, ou mesmo relembrar o seu Batman diante de algumas situações apresentadas. Mas o ator consegue construir com coerência seus objetivos e motivações, nos fazendo, não apenas comprar a ideia do vilão, como compreender suas ações. Tudo fica bastante palpável.
Já o Peter Parker surge apenas após a vinheta de abertura que traz um presente para os fãs na trilha sonora. Há uma retrospectiva divertida dos acontecimentos de Guerra Civil pelo ponto de vista do garoto e, quando ele "volta ao lar", sua trama se apresenta. Ainda que o "Homecoming" do título original não seja exatamente isso. O fato é que mais do que enfrentar o Abutre ou os demais vilões que surgem em tela, o Homem-Aranha tem que enfrentar o fato de ser Peter Parker, um jovem de 14 anos que ainda está no colégio, mas tem superpoderes que o fazem querer ultrapassar barreiras.
Porque esse é, talvez, o grande diferencial do Homem-Aranha, ser um cara aparentemente comum, com problemas diários a enfrentar como prova no colégio, concursos intercolegiais ou convidar uma garota para o baile. Essa sua jornada adolescente é divertida e traz a ironia dramática de ser um "perdedor" e, ao mesmo tempo, um herói. Seu amigo de colégio traduz bem isso com a pergunta "cara, como é ser super famoso e não poder contar para ninguém?"
Talvez por isso, a entrada de Tony Stark e do Universo Marvel em sua vida possa incomodar um pouco. A história do Homem-Aranha é de superação e, em alguns momentos, o auxílio do bilionário com seu uniforme super tecnológico destoa. Da mesma forma que cria uma expectativa de que o Homem de Ferro possa vir ajudá-lo nos momentos de apuros. O que não é bom, pois o herói precisa se bastar e encontrar seus meios para vencer o inimigo e as próprias limitações.
Ainda assim, o roteiro consegue driblar bem essas questões ao utilizar alguns artifícios, principalmente após uma certa batalha na água. Tony Stark está ali como o mentor que o jovem aranha nunca teve, mas acaba funcionando bem, criando uma curva dramática convincente e nos dando uma jornada do herói redonda. A superação continua sendo o mote do aranha e ele consegue nos convencer disso.
Um senão, nessa nova aventura, é apenas a tia May, não exatamente por culpa de Marisa Tomei, mas é incômodo ver as referências à personagem que sempre foi um porto seguro de Peter, ser relacionado apenas aos atributos físicos da atriz. O próprio garoto não se refere a ela como tia, sendo apenas "May". Tornou-se quase uma irmã mais velha, uma amiga. Não mais aquela tia simpática, aparentemente frágil, mas extremamente importante como arquétipo familiar do herói.
De qualquer maneira, Homem-Aranha: De Volta ao Lar funciona muito bem enquanto filme de super herói. Consegue trazer a essência do herói, introduzindo-o de maneira satisfatória no Universo Marvel e nos divertindo com suas aventuras. E, claro, temos cenas pós-créditos. A segunda é hilária pela ironia, bem ao estilo da cena pós-créditos de Deadpool.
Homem-Aranha: De Volta ao Lar (Spider-Man: Homecoming, 2017 / EUA)
Direção: Jon Watts
Roteiro: Jonathan Goldstein, John Francis Daley, Jon Watts, Christopher Ford, Chris McKenna, Erik Sommers
Com: Tom Holland, Michael Keaton, Robert Downey Jr., Marisa Tomei, Jon Favreau, Laura Harrier
Duração: 133 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Homem-Aranha: De Volta ao Lar
2017-07-06T08:30:00-03:00
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