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Wellington Abreu
Era uma vez Brasília
Era uma vez Brasília
Uma sala lotada, expectativa alta. Sempre um risco para qualquer produção. Adirley Queirós é um ícone em Brasília, diretor pulsante, criativo, que teve seu ápice até o momento com “Branco Sai, Preto Fica”. Era de se esperar que seu novo filme causasse o alvoroço que vimos na noite do dia 22 de setembro no CineBrasília. Pena que, após a sessão, a sensação era maior de decepção que de alegria.
É injusto comparar “Era uma vez Brasília” com “Branco Sai, Preto Fica”, mas o próprio filme faz isso com ele ao utilizar tantos elementos parecidos. A começar pelo longo primeiro ato de uma pessoa em uma nave espacial tentando contato com aqueles que o enviaram em paralelo com rotina do Marquim da Tropa.
A trama gira em torno do agente intergalático WA4 que vem à Terra com a missão de assassinar o presidente Juscelino Kubitscheck no dia da inauguração de Brasília. Porém um erro de cálculo o coloca na Ceilândia em 2016. A sensação é que, assim como o agente, o cineasta não sabe o que fazer com isso, pois o filme se constitui em um compasso de espera que parece ir do nada a lugar nenhum.
O momento político entra no discurso do filme, mas não é trabalhado em sua dramaturgia de maneira criativa. Pior, não se acrescenta muito ao já conhecido e dito. O filme se limita a contemplar a paisagem com uma direção de arte criativa, é verdade, mas sem muita alma.
Adirley Queirós não consegue trabalhar o ritmo que impõe ao filme, tornando os longos planos em experimentações vazias que cansam em vez de impactar a plateia. A própria personagem da Andreia Vieira não funciona na trama. Descrita na sinopse oficial como a “rainha do pós guerra” que irá ajudar Marquim da Tropa “a montar um exército para matar os monstros que habitam hoje o congresso nacional”. Faltou roteiro para nos mostrar isso efetivamente em cena.
“Era uma vez Brasília” frustra em diversos aspectos, ainda que tenha sequências incríveis que só comprovam o talento e criatividade do diretor. Até por isso, ainda exista a cobrança pelo frescor de algo novo e impactante. Talvez estejamos exigindo demais da obra. Isso só o tempo dirá. Por enquanto fica essa sensação de vazio.
Filme visto no 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Era uma Vez Brasília (Era uma Vez Brasília, 2017, Brasil)
Direção: Adirley Queirós
Roteiro: Adirley Queirós
Com: Wellington Abreu, Andreia Vieira, Marquim da Tropa, Franklin Ferreira
Duração: 100 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Era uma vez Brasília
2017-09-24T13:00:00-03:00
Amanda Aouad
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