Home
acao
Anthony Hopkins
Benedict Cumberbatch
Cate Blanchett
Chris Hemsworth
comedia
critica
Idris Elba
Jeff Goldblum
Mark Ruffalo
quadrinhos
Taika Waititi
Tessa Thompson
Tom Hiddleston
Thor: Ragnarok
Thor: Ragnarok
Não se pode negar, Thor: Ragnarok é competente naquilo que se propõe, ser um filme de comédia com ação. Você pode alegar que Thor é um deus nórdico, que sempre foi apresentado como um herói sério nos outros filmes e que mudaram isso ou aquilo da mitologia. Mas se o próprio Stan Lee surge em cena para literalmente cortar o cabelo da personagem, quem somos nós para reclamar?
Há uma escolha clara dos estúdio Marvel pela comédia nos cinemas, foi assim que eles ganharam público e se tornaram uma das maiores franquias da história, não por acaso Tony Stark se tornou seu herói mais popular na tela grande. E eles são competentes nessa estrutura, ainda que exista o risco do cansaço e da repetição. Por enquanto, ainda não desgastou a fórmula.
O filme brinca com tudo, inclusive com essa mudança de comportamento das personagens, vide uma conversa entre Thor e Hulk, um diz que o outro passou muito tempo com Tony Stark. Thor se leva a sério, mas parece mais leve e disposto a entrar no jogo. A primeira sequência demonstra muito bem isso, quando ele se faz de bobo e ironiza o vilão que deveria ser temido. Mas ele continua impulsivo e acreditando no herói que é. Ainda que com muitas piadas, o filme não desacredita o poder do deus do trovão, pelo contrário, faz questão de reforçar nas cenas de ação sua habilidade única.
Se tem uma personagem que se descaracteriza aqui é Loki. Ainda que Tom Hiddleston continue ótimo, o vilão se tornou praticamente descartável, servindo apenas de escada para Thor em alguns momentos. Nada nele faz muito sentido. E a personagem carece de um arco próprio dentro da trama. Com a chegada de Hela, ele perde o posto de vilão, mas também não consegue ser totalmente herói, se perdendo em piadas internas e poucos momentos de ação.
Já Hela, ainda que com mudanças em relação a sua própria origem, cumpre sua função. Não há nuanças em sua personagem, construída aqui como a vilã unidimensional e isso prejudica um pouco a atuação de Cate Blanchett, o próprio trejeito do cabelo se torna uma muleta over. Porém, a apresentação e curva da personagem são coerentes, dando uma dinâmica ao roteiro que não faz perder de vista o principal objetivo de Thor, que é manter o seu povo a salvo.
Em meio à dinâmica frenética com muitas lutas, efeitos especiais e piadas, há espaço para refletir sobre a situação de Asgard e seu povo. E isso traz camadas interessantes ao roteiro. As cenas da população se escondendo em cavernas, por exemplo, são fortes, assim como a frase que traz a resolução da trama. Nos faz refletir sobre as vítimas das diversas guerras e ditaduras que perpassam o mundo. A questão dos refugiados, do medo das consequências, da luta pela sobrevivência. Nada disso é negligenciado aqui.
Taika Waititi consegue nos manter entretidos durante mais de duas horas de projeção e isso não é pouca coisa. As cenas de ação são dinâmicas e bem orquestradas. A luta entre Thor e Hulk é divertida e tensa ao mesmo tempo, por exemplo. A maneira como ele trabalha as cores e os tons claros ou escuros também chama a atenção, principalmente ao acompanharmos a transformação de Asgard
Thor: Ragnarok pode não ser o filme de Thor que se espera, mas segue uma linha bem sucedida que a Marvel lançou nos cinemas e funciona. É possível compreender a proposta e acessar camadas dentro da trama. Ainda que o risco do cansaço exista, temos mais um sucesso dos estúdios, sem dúvidas. Descartável mesmo só a participação de Loki, uma ótima personagem aqui subaproveitada, e o 3D que não diz a que veio.
Ah, claro, como já aprendemos, filme da Marvel tem cena pós créditos. Aqui duas, uma depois da primeira parte e outra no final de tudo.
Thor: Ragnarok (Thor: Ragnarok, 2017 / EUA)
Direção: Taika Waititi
Roteiro: Eric Pearson, Craig Kyle, Christopher Yost
Com: Chris Hemsworth, Tom Hiddleston, Cate Blanchett, Idris Elba, Jeff Goldblum, Tessa Thompson, Mark Ruffalo, Anthony Hopkins, Benedict Cumberbatch
Duração: 130 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Thor: Ragnarok
2017-10-31T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
acao|Anthony Hopkins|Benedict Cumberbatch|Cate Blanchett|Chris Hemsworth|comedia|critica|Idris Elba|Jeff Goldblum|Mark Ruffalo|quadrinhos|Taika Waititi|Tessa Thompson|Tom Hiddleston|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
King Richard: Criando Campeãs (2021), dirigido por Reinaldo Marcus Green , é mais do que apenas uma cinebiografia : é um retrato emocionalm...
-
Amor à Queima Roupa (1993), dirigido por Tony Scott e roteirizado por Quentin Tarantino , é um daqueles filmes que, ao longo dos anos, se...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
Clint Eastwood me conquistou aos poucos. Ele sabe como construir um filme que emociona e, agora, parece ter escolhido Matt Damon como seu ...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...
-
O CinePipocaCult adverte: se você sofre de claustrofobia, síndrome do pânico ou problemas cardíacos é melhor evitar esse filme. Brincadeiras...
-
Hitch: Conselheiro Amoroso é um daqueles filmes que, à primeira vista, parecem abraçar o clichê sem qualquer vergonha, mas que, ao olhar m...