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XIII Panorama Internacional Coisa de Cinema

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Começa hoje o XIII Panorama Internacional Coisa de Cinema, festival já tradicional em Salvador sempre com uma boa variedade de filmes inéditos e clássicos imperdíveis. Esse ano, os curadores anunciaram uma mudança de posicionamento na Competitiva Nacional, sendo privilegiado filmes de diretores estreantes em longas. É uma mudança significativa que privilegia a nova geração e traz diversidade para o evento, além de uma marca própria.

Na categoria de curtas, no entanto, há uma mistura entre novos e antigos cineastas. "O formato curto é imenso e cada vez mais vital para oxigenar a nossa cinematografia. O curta-metragem é a renovação por excelência. Incrível ver cineastas que voltam ao curta para experimentar novos desafios – como se fossem estreantes!", explicam Marília Hughes e Cláudio Marques.

Na competitiva nacional destaca-se o filme Café com Canela, dirigido por Ary Rosa e Glenda Nicário que ganhou o prêmio de melhor filme pelo júri popular do último Festival de Brasília. A obra feita no Recôncavo Baiano fala de dores e afetos com muita emoção, sendo capaz de tocar plateias diversas. Tem ainda Baronesa de Juliana Antunes que venceu a Mostra de Tiradentes desse ano e outro filme baiano, Diários de Classe, de Maria Carolina e Igor Souza, que traz uma importante discussão sobre a educação.

Já na competitiva de curtas, a Bahia é novamente destaque com o filme Mamatade Marcus Curvelo, que traz uma inteligente sátira ao estado atual do nosso país. Destaco ainda Torre, de Nádia Mangolini, e Inocentes, de Douglas Soares, pela experimentação da linguagem. A Passagem do Cometa, de Juliana Rojas, pelo tema e composição cênica e Fervendo, de Camila Gregório, que dialoga com ele em temática e é criativo em sua composição. O filme levou melhor direção no Festival Universitário de Brasília e venceu o último CineVirada, festival universitário de Cachoeira.

A Competitiva Baiana novamente vem com uma grande variedade de títulos, reforçando a boa fase do audiovisual local. São seis longas e vinte curtas das mais diversas linguagens. Destaque para Zélia - Memórias de Amor, de Carla Laudari, e Xará, de Matheus Vianna, entre os longas. Entre os curtas, muitos destaques vindo das mostras universitárias como CorpoStyleDanceMachine, de Ulisses Arthur, Latossolo, de Michel Santos, Não Falo com Estranhos, de Klaus Hastenreiter, e Um Dia é da Vida, o Outro da Morte, de Calebe Lopes. Destaque ainda para os dois filmes do Cual, O que acontece no grupo, de Ramon Coutinho, e Regresso de Saturno, de Bianca Muniz e Marcus Curvelo. Além de Estela, de Hilda Lopes Pontes.

A sessão de clássicos esse ano vem recheada com nomes importantes do cinema mundial. A mostra conta com Cidade dos Sonhos (2001), de David Lynch, Persona (1966), de Ingmar Bergman, A Bela da Tarde (1967), de Luis Buñuel, Uma Mulher sob Influência (1974), de John Cassavetes, A Colecionadora (1967) de Eric Rohmer, O Martírio de Joana D'Arc (1928) de Carl Th. Dreyer, Cesar e Rosalie (1972) de Claude Sautet, Cidadão Klein (1976) de Joseph Losey e Memórias do Subdesenvolvimento (1968) de Tomás Gutiérrez Alea.

Com a Competitiva Nacional destacando cineastas estreantes, o Panorama Brasil ganha destaque com o novo filme de Edgard Navarro, Abaixo a Gravidade e o polêmico Vazante, que desde o Festival de Brasília vem levantando discussões raciais. Para encerrar o festival, teremos ainda a bela obra Arábia, de Affonso Uchôa e João Dumans, grande vencedor do Festival de Brasília.

E a abertura hoje é com o filme As Boas Maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra, vencedor do Prêmio Especial do Júri do último Festival de Locarno (Suíça). A obra estrelada por Marjorie Estiano e Isabél Zuaa é uma fábula de horror que revela a força do cinema de gênero no Brasil.
Marjorie interpreta Clara, uma gestante que contrata a enfermeira Clara (Isabél) como babá do bebê que está esperando. No entanto, uma noite de lua cheia provoca uma inesperada mudança de planos e Clara assume a maternidade de uma criança diferente das outras.

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