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Aniquilação
Aniquilação
Após o ótimo, porém pouco conhecido Ex Machina, Alex Garland não conseguiu levar o seu segundo filme como diretor aos cinemas. Aniquilação foi comprada pela Netflix e acaba sendo o melhor original de ficção da plataforma, ainda que tenha seus percalços.
Baseado no livro de Jeff VanderMeer, o filme narra a expedição de cinco mulheres cientistas para descobrir a origem de um estranho brilho em uma área isolada chamada de Área X onde as leis da natureza parecem ser subvertidas. Diversas expedições tentaram e falharam e a última foi com o marido da bióloga Lena, que tem essa motivação a mais na missão.
A narrativa traz uma estrutura não-linear. Também escrito por Alex Garland, que já roteirizou diversos filmes de sucesso antes de começar a dirigir (Extermínio, Não Me Abandone Jamais), o roteiro constrói o suspense de uma maneira instigante ao começar pelo retorno de Lena, que é interrogada por uma equipe sobre o que teria acontecido.
Saber que Lena sobreviveu não é um problema para a construção da tensão, afinal, em filmes de ação é preciso que alguém sobreviva para contar a história. Sabendo que ela foi a única a retornar, duas morreram e duas ela não sabe, resta compreender o como isso aconteceu. Ao mesmo tempo em que o roteiro regressa a pontos anteriores para conhecer melhor a vida da bióloga e a relação com o seu marido.
Boa parte da estrutura do filme acaba se baseando, então, em Natalie Portman, que a interpreta e consegue passar bem as diversas emoções vividas pela personagem na aventura, construindo uma boa dinâmica com as demais personagens e sendo fundamental para o desfecho e as revelações que estão por vir.
Mais do que construir uma aventura na selva com efeitos de susto e lutas com seres estranhos, a exemplo de Predador ou mesmo Alien, Aniquilação parece querer construir uma estrutura reflexiva sobre a própria consciência humana, o que nos motiva e como reagimos diante do inesperado, do que não compreendemos. E nesse ponto, o filme tem bons acertos, principalmente em uma cena específica em uma cabana e na parte final. Porém, as idas e vindas do roteiro acabam por não construir uma curva dramática tão orgânica, cortando muito dos possíveis momentos de reflexão.
Já a estrutura visual, ainda que não surpreenda, é extremamente bem construída, seja pela própria camada de luz ou pelos estranhos animais que surgem. A maneira como Garland explora a floresta e a vegetação local traz ainda uma imersão que ajuda a narrativa, tornando-a mais crível, ainda que a montagem não ajude no ritmo da mesma, como se quisesse sempre interromper a ação crescente com informações que, muitas vezes, tornam-se desnecessárias.
De qualquer maneira, Aniquilação é uma experiência que envolve, apresentando camadas e reflexões com uma aventura concisa. E ainda deixa um final com possibilidades de interpretações, por mais explique o que aconteceu em detalhes.
Aniquilação (Annihilation, 2018 / EUA)
Direção: Alex Garland
Roteiro: Alex Garland
Com: Natalie Portman, Jennifer Jason Leigh, Tessa Thompson, Gina Rodriguez, Tuva Novotny, Oscar Isaac, Benedict Wong
Duração: 115 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Aniquilação
2018-07-16T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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