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Felicidade por um Fio
Felicidade por um Fio
Adaptação do livro de Trisha R. Thomas, Felicidade por um Fio é uma comédia romântica com forte influência de livros de auto-ajuda. Mais importante do que o casal aqui, é a jornada de redescoberta e aceitação de si mesma que a protagonista passa, tocando em assuntos sérios como padrões de beleza, cobranças sociais e racismo.
Violet Jones (Sanaa Lathan) é uma publicitária bem-sucedida que busca sempre parecer perfeita aos olhos de todos. Principalmente de seu namorado, Clint, a ponto de acordar antes dele para se maquiar para que ele pense que está sempre daquele jeito. O problema é que tanta perfeição acaba deixando-a distante das pessoas, sem espontaneidade e seguindo o fluxo que lhe foi ensinado por sua mãe. Principalmente o fato de que seu cabelo tem que estar sempre alisado.
Essa institucionalização do racismo, principalmente em relação aos cabelos crespos vinda por parte da mãe poderia ser melhor polemizado na trama, pois acaba ficando uma solução fácil e até mesmo leviana. Mas a mãe de Violet é uma pessoa focada mesmo em aparências, vive a obsessão por casar a filha com um homem bem-sucedido ou as brigas com o marido que resolve virar modelo fotográfico depois de velho.
O fato de Violet ser uma publicitária também traz questões que poderiam ser melhor desenvolvidas, afinal, vem da publicidade a maior parte da ditadura da beleza "padrão" que tanto fere sua auto-estima. Por mais que a aproximação com o cabeleireiro Will lhe traga questionamentos em relação a isso, o desenvolvimento também acaba sendo tímido, sendo outra questão que o roteiro poderia aprofundar um pouco mais.
A própria relação amorosa é pouco desenvolvida, construindo alguns plots promissores, mas que acabam ficando em segundo plano diante do verdadeiro caso de amor a que o filme se propõe, o da protagonista por ela própria. Após uma crise nervosa e uma bebedeira, Violet vai começar uma espécie de loucura em si mesma, raspar sua cabeça, iniciando assim um processo de redescoberta de si mesma que demonstra toda a sua vontade de sair da superficialidade.
Com um bom ritmo de cenas, diálogos ágeis e um elenco competente, o filme vai sendo conduzido de maneira leve e divertida, por mais que os temas trouxessem potencial para algo mais profundo e efetivo. Acaba sendo curiosa a forma como ele caminha para soluções fáceis, mas que ao mesmo tempo nos envolve e faz pensar.
Felicidade por um Fio é daqueles filmes que buscam mensagens de auto-aceitação e exemplos de superação. Quer quebrar padrões e preconceitos, mas não chega a aprofundar sua temática, ficando na superficialidade de uma história bonitinha. Ainda assim, é eficaz como entretenimento leve.
Felicidade por um Fio (Nappily Ever After, 2018 / EUA)
Direção: Haifaa Al-Mansour
Roteiro: Adam Brooks, Cee Marcellus
Com: Sanaa Lathan, Ricky Whittle, Lyriq Bent
Duração: 98 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Felicidade por um Fio
2018-10-22T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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