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As Viúvas
As Viúvas
Baseado no livro de Lynda La Plante, As Viúvas é um filme repleto de superficialidades e clichês mesmo quando o roteiro busca reviravoltas surpreendentes. Sem nunca desenvolver completamente o drama e a vida daquelas mulheres, Steve McQueen vai nos conduzindo com algumas fórmulas dos chamados "filme de assaltado" e é capaz de entreter. Mas isso se deve, principalmente, por causa do elenco.
Como o título já induz, as protagonistas são viúvas, mulheres de bandidos que morrem em uma operação e se vêem ameaçadas pelo mundo do crime ao mesmo tempo em que tem um caderno com planos futuros do chefe do grupo. É uma busca pela valorização dessas mulheres e sua força, mas ao mesmo tempo, elas não parecem desenvolvidas ao ponto de se tornarem personagens complexas e envolventes. Cumprem função em tela.
Ainda assim, Viola Davis, Michelle Rodriguez e Elizabeth Debicki demonstram talento e nos fazem criar empatia, por mais incongruente que a trama pareça. E por mais que nos seja dado tão pouco de suas personalidades e background. Como peças em um tabuleiro de xadrez, elas são sendo conduzidas na ilusão de que estão conduzindo. Ao mesmo tempo em que possuem relativo controle de suas ações.
As personagens masculinas também não são melhores desenvolvidas, ainda que tragam algumas camadas extras. Exercem funções, repetem padrões e parecem tão genéricos quanto quaisquer outros em posições semelhantes. Principalmente as personagens interpretadas por Liam Neeson e Colin Farrell se resume a expressões enigmáticas de dor e prazer.
Há também um problema de progressão e economia dramática, já que em muitos momentos a trama parece se arrastar e demorar para engrenar, enquanto que em outros corre de maneira apressada, sem desenvolver bem os plots apresentados. Por mais que a direção consiga nos dar uma sensação de segurança de por onde se está indo.
As cenas de ação, por exemplo, são muito bem conduzidas, conseguem construir um efeito satisfatório de tensão e adrenalina. Destaque para a sequência inicial que nos impacta e convida de maneira arrebatadora para acompanhar aquela história. A própria revelação dos detalhes da trama vão sendo apresentado aos poucos, instigando a curiosidade e deixando atentos, pena que não se sustente por toda a projeção.
Destaque ainda para a fotografia da obra que consegue mesclar bem os elementos em cena, conduzindo nosso olhar entre detalhes e composições de quadro simbólicos como uma cena de revelação que envolve um cachorro e um corredor, por exemplo.
Há uma busca em As Viúvas por uma obra que nos impacte e envolva, porém, tudo acaba ficando na superficialidade, com recursos tolos que querem nos surpreender, mas só confirmam suspeitas. Com um elenco tão talentoso, Steve McQueen poderia nos entregar muito mais.
As Viúvas (Widows, 2018 / EUA)
Direção: Steve McQueen
Roteiro: Gillian Flynn, Steve McQueen
Com: Viola Davis, Michelle Rodriguez, Elizabeth Debicki, Liam Neeson, Jon Bernthal, Manuel Garcia-Rulfo, Robert Duvall, Colin Farrell
Duração: 129 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
As Viúvas
2018-11-30T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
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