A 91ª Edição do Oscar começou com o Queen. “We Will Rock You” e “We Are The Champions” trazia boas vibrações para uma noite que, pela primeira vez, não trouxe um apresentador oficial. Decisão acertada da Academia, tornando a premiação mais dinâmica. Parecia um spoiler, já que "Bohemian Rhapsody", cinebiografia de Freddie Mercury foi o filme que levou o maior número de estatuetas para casa, quatro no total. Mas nem tudo é o que parece.
Sim, foi uma edição histórica. Teve recorde de premiações para mulheres e negros. Houve uma distribuição melhor dos prêmios, demonstrando que a Academia está se transformando e ganhando diversidade. Como brincou a diretora do documentário de curta-metragem Period. End of Sentence, "nunca pensei que um filme sobre menstruação venceria o Oscar". São sinais de novos tempos, de fato.
Foi a primeira vez também que Spike Lee ganhou uma estatueta. Talvez o momento mais emocionante da noite, quando Samuel L. Jackson, emocionado, o chamou ao palco e o cineasta pulou no colo do amigo. Ou quando, depois, fez um discurso emocionado falando sobre a questão histórica/racial e convocou todos a votarem melhor nas próximas eleições. Foi uma surpresa também ver Olivia Colman vencendo na categoria de melhor atriz. Ainda que não seja injusto, não deixa de ser uma pena que Glenn Close não tenha levado sua primeira estatueta. Não apenas por sua história e as sete indicações frustradas, mas porque ela, realmente, carrega o filme A Esposa com sua interpretação.
Tivemos mais uma vez a comprovação de que a Academia gosta dos diretores mexicanos, com a vitória de Alfonso Cuarón, que levou também os prêmios de melhor fotografia e melhor filme em língua estrangeira com Roma. Mas não foi dessa vez que um filme de uma plataforma streaming levou o Oscar de melhor filme.
Após toda a demonstração de renovação e diversidade, a Academia acabou consagrando como melhor filme da noite Green Book: O Guia. Não chega a ser uma vitória surpreendente. Já tinha vencido o prêmio do sindicato de produtores e, como disse em minha crítica, a obra tem todos os ingredientes para ser considerado um “filme para o Oscar”. Tem o tema racial na superfície, mas não aprofunda nem radicaliza seu posicionamento. Mantendo o homem branco no controle e um final amistoso. Por isso, Spike Lee protestou ao final da premiação. De qualquer maneira, foi uma noite histórica. Fiquemos com os recordes, com os sinais de mudança e com a música de Lady Gaga, vencedora da noite. Afinal, estamos longe da superfície, mas vamos sobreviver.
Oscar 2019 - vencedores
- Melhor Filme
Green Book: O Guia
- Melhor Atriz
Olivia Colman (A Favorita)
- Melhor Ator
Rami Malek (Bohemian Rhapsody)
- Melhor Atriz Coadjuvante
Regina King (Se a Rua Beale Falasse)
- Melhor Ator Coadjuvante
Mahershala Ali (Green Book)
- Melhor Direção
Alfonso Cuarón
- Melhor Roteiro Original
Green Book
- Melhor Roteiro Adaptado
Infiltrado na Klan
- Melhor Figurino
Pantera Negra
- Melhor Cabelo e Maquiagem
Vice
- Melhor Direção de Arte/Design de Produção
Pantera Negra
- Melhor Trilha Sonora
Pantera Negra
- Melhor Canção Original
Shallow – A Star is Born
- Melhor Fotografia
Roma
- Melhor Montagem
Bohemian Rhapsody
- Melhor Edição de Som
Bohemian Rhapsody
- Melhor Mixagem de Som
Bohemian Rhapsody
- Melhores Efeitos Visuais
Primeiro Homem
- Melhor Documentário
Free Solo
- Melhor Animação
Homem-Aranha no Aranhaverso
- Melhor Filme Estrangeiro
Roma
- Melhor curta-animação
Bao
- Melhor Curta Metragem – Documentário
Period. End of Sentence.
- Melhor Curta Metragem – Live-Action
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