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Avatar: O caminho da água

Avatar: O caminho da água filme

Quando James Cameron lançou Avatar em 2009 foi uma revolução no mercado de 3D. A maximização da tecnologia para a sensação de imersão era realmente impressionante. Ainda que o roteiro ficasse aquém de proposta tão ousada, sendo apenas uma experiência estética, chamou a atenção. Treze anos depois, a sensação é de que a balança continua a mesma. 

Foram anos aprimorando a tecnologia. A produção em IMAX e HFR, com 48 frames por segundo, trazem uma resolução ainda maior que nos fazem de fato sermos transportados para o planeta de Pandora. A construção da perspectiva, os detalhes do cenário, a maneira como as personagens interagem com os elementos, nos colocando ali no meio, quase interagindo também, é incrível. As cenas no fundo do oceano, por exemplo, são um deleite estético que vale o investimento. 

O roteiro, no entanto, acaba sendo aquém de tamanha grandeza visual. Há uma ampliação da mitologia de Pandora, não podemos negar. Compreendemos melhor como essa lua funciona, suas espécies, sua relação com espírito do planeta. Conhecemos a tribo da água e muita coisa poderia ser explorada, em especial no núcleo familiar de Sully e sua adaptação àquele lugar. 

O arco do filho Lo’ak, por exemplo, é extremamente rico. A busca pelo amor e reconhecimento do pai. A compreensão de si mesmo, seus limites e suas qualidades. A busca por aceitação dentro de um grupo. A questão do preconceito com o diferente. A sensação de solidão e reconhecimento em um pária. Tudo poderia ser melhor explorado. A própria situação da família Sully como exilados de guerra, traz camadas que poderiam ser aprofundadas. 

Mas a escolha da ressurreição do coronel Miles e sua equipe, agora como avatares, acaba esvaziando muito da riqueza daquela história. Resume novamente a uma luta maniqueísta entre bem e mal, colonizador e povos originais, tendo como herói, o ex-colonizador, agora convertido e aceito como um Na’vi. E isso acaba dando uma sensação cíclica de mais do mesmo. Repetição dos mesmos plots e ganchos, demonstrando um cansaço quando poderia haver fôlego para diversos outros caminhos. 

Outro problema é a cultura atual de filmes extremamente longos. Mais de três horas de projeção acaba sendo cansativo. Há uma sensação de prolongamento excessivo em todas as cenas, em especial as do fundo do mar, ainda que seja uma viagem instigante. Fica, mais uma vez, a priorização da experiência estética em detrimento da dramaturgia. 

Ainda assim, acaba sendo um filme melhor que o primeiro. Há elementos diversos que nos instigam e nos fazem perceber que há muito ainda a ser explorado em Pandora. Pena que, ao que tudo indica, os homens que vieram do céu não serão esquecidos e a velha luta retorne. Mas seria bom poder acompanhar a evolução dos na’vis, os choques e a busca por equilíbrio daqueles povos mais diversos do que supúnhamos. Aguardemos, já que James Cameron garantiu que teremos mais três filmes. Fica a torcida para que não demore mais treze anos para o próximo.


Avatar: O caminho da água (2022 / EUA)
Direção: James Cameron
Roteiro: James Cameron, Rick Jaffa, Amanda Silver
Com: Sam Worthington, Zoe Saldanha, Sigourney Weaver, Stephen Lang
Duração: 192 min.

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