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Ao revisitar o filme Vivos (1993) deparamo-nos com uma obra que transcende as barreiras do mero entretenimento, mergulhando nas profundezas da condição humana em face da adversidade extrema. Dirigido por Frank Marshall e protagonizado por nomes de peso como Ethan Hawke e John Malkovich, o filme retrata de forma visceral a tragédia real enfrentada por uma equipe de rugby uruguaia nas geladas cordilheiras dos Andes em 1972.
O filme se destaca desde o início pela escolha arrebatadora da Cordilheira dos Andes como cenário principal, capturando sua beleza implacável e, ao mesmo tempo, mortal. A autenticidade histórica, respaldada pelo livro de Piers Paul Read, confere à narrativa uma base sólida, ancorando-a na realidade angustiante dos eventos ocorridos.
Ethan Hawke, no papel de Nando Parrado, apresenta uma performance envolvente e autêntica. Sua habilidade em transmitir a dor, a esperança e a resiliência do personagem contribui para a imersão do espectador na trama. John Malkovich, mesmo com uma narrativa não tradicional, acrescenta uma camada de profundidade à história com sua voz marcante, narrando a jornada dos sobreviventes.
A direção de Frank Marshall emerge como um ponto forte, destacando-se por sua capacidade de equilibrar a crueldade dos eventos com a sensibilidade necessária para retratar a luta pela sobrevivência. Marshall, inicialmente relutante diante da trágica história, soube capturar a essência do livro, proporcionando uma experiência cinematográfica autêntica e visceral.
O ápice do filme é indiscutivelmente o momento em que os sobreviventes se veem confrontados com o dilema ético do canibalismo. Este ponto crucial na trama é apresentado de maneira crua, sem qualquer sensacionalismo, forçando o espectador a confrontar sua própria compreensão de moralidade em situações extremas.
Destaca-se, além de outros pontos positivos, a capacidade do filme em transmitir a luta pela sobrevivência de maneira autêntica, sem sucumbir a melodramas desnecessários. A cinematografia, especialmente nas gélidas paisagens, contribui para a imersão do público. No entanto, alguns personagens coadjuvantes carecem de mais aprofundamento, o que poderia ter enriquecido ainda mais a narrativa.
Vivos (1993) é uma exploração profunda da resiliência humana diante das circunstâncias mais adversas. A direção habilidosa de Frank Marshall, aliada às performances cativantes do elenco, transforma essa história real em uma experiência cinematográfica que supera os limites do gênero de sobrevivência. Seus momentos marcantes, apesar de desafiadores, são necessários para ilustrar a extensão da jornada dos sobreviventes.
Ao final, Vivos não busca conforto fácil. Em vez disso, desafia os espectadores a confrontarem suas próprias noções de ética e humanidade, tornando-se uma obra atemporal que ressoa na história do cinema. Um testemunho cru e corajoso, Vivos (1993) permanece como um lembrete pungente da força do espírito humano em meio à brutalidade da natureza.
Vivos (Alive, 1993 / Estados Unidos, Canadá)
Direção: Frank Marshall
Roteiro: John Patrick Shanley
Com: Ethan Hawke, Josh Hamilton, John Haymes, Bruce Ramsay, Fiona Roeske, John Malkovich
Duração: 127 min.
Ari Cabral
Bacharel em Publicidade e Propaganda, profissional desde 2000, especialista em tratamento de imagem e direção de arte. Com experiência também em redes sociais, edição de vídeo e animação, fez ainda um curso de crítica cinematográfica ministrado por Pablo Villaça. Cinéfilo, aprendeu a ser notívago assistindo TV de madrugada, o único espaço para filmes legendados na TV aberta.
Vivos
2024-01-19T08:30:00-03:00
Ari Cabral
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