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Space Jam: O Jogo do Século
Space Jam: O Jogo do Século
Space Jam: O Jogo do Século é um daqueles filmes que dividem opiniões, gerando debates acalorados sobre o que funciona e o que não funciona em sua fusão entre as animações dos Looney Tunes e atores reais, liderados por Michael Jordan. Lançado em 1996, este filme dirigido por Joe Pytka se tornou um marco na cultura pop, especialmente para quem cresceu durante essa época.
Algo que podemos observar logo em Space Jam é a escolha de colocar Michael Jordan como destaque da narrativa em detrimento dos adorados personagens dos Looney Tunes. Pernalonga, Piu-Piu, Frajola e companhia mereciam uma parcela maior da atenção, considerando seu status icônico no mundo da animação. No entanto, a abordagem adotada, que coloca Jordan como protagonista, deve ser vista como uma estratégia de marketing para promover o lendário jogador de basquete, afinal, na época, ele tinha largado esse esporte para se aventurar no beisebol.
Além do mais, não se pode ignorar que, como ator, Jordan não se destaca, entregando suas falas de maneira desanimada e não sendo particularmente carismático. Isso é especialmente notável em comparação com os atores animados que o cercam, que, apesar de sua natureza 2D, apresentam uma energia cativante. Claro que Jordan nunca foi um ator profissional, e sua presença no filme deve ser vista à luz de sua estatura em marketing como um dos maiores atletas da história.
É muito claro que, apesar disso, a verdadeira força de Space Jam reside nos personagens animados dos Looney Tunes, que conseguem manter sua essência maluca e hilariante. Enquanto os atores humanos se entregam a piadas infantis, os desenhos animados abraçam a liberdade de seu mundo, apresentando gags que envolvem mutilações, esquartejamentos e outras formas de violência física extrema, parte do humor característico dos Looney Tunes.
Um dos desafios de Space Jam foi a fusão entre animação e atuação real. Embora em alguns momentos o filme tenha conseguido um resultado convincente, em outros, a diferença entre os dois mundos é evidente demais. Isso contrasta com filmes anteriores, como Uma Cilada para Roger Rabbit (1988), que conseguiram uma integração mais eficaz das animações no mundo dos atores. Ainda assim, o esforço de Space Jam em criar essa fusão é algo digno de nota.
A trilha sonora de Space Jam é uma de suas características mais marcantes. Com participações de artistas como Jay-Z, Chris Rock e Salt-N-Pepa, a trilha inclui a icônica canção "I Believe I Can Fly" de R. Kelly, que conquistou três Grammy Awards. A música desempenha um papel fundamental no apelo emocional do filme, mesmo quando outros aspectos acabam falhando.
Space Jam: O Jogo do Século é um filme que evoca nostalgia e continua a ser apreciado, especialmente por aqueles que o assistiram durante sua infância. No entanto, a atuação de Michael Jordan e a preferência por ele em detrimento dos Looney Tunes são aspectos que não podem ser ignorados. É um filme que cativa o público infantil, mas talvez o público adulto encontre mais valor nas personagens icônicas dos Looney Tunes do que na trama em si. Não é uma obra-prima do cinema, mas tem seu lugar na história, proporcionando alegria a gerações de fãs de desenhos animados e esportes, mesmo com falhas evidentes.
Space Jam: O Jogo do Século (Space Jam, 1996 / EUA)
Direção: Joe Pytka
Roteiro: Leonardo Benvenuti, Timothy Harris
Com: Michael Jordan, Bill Murray, Del Harris
Duração: 88 min.
Ari Cabral
Bacharel em Publicidade e Propaganda, profissional desde 2000, especialista em tratamento de imagem e direção de arte. Com experiência também em redes sociais, edição de vídeo e animação, fez ainda um curso de crítica cinematográfica ministrado por Pablo Villaça. Cinéfilo, aprendeu a ser notívago assistindo TV de madrugada, o único espaço para filmes legendados na TV aberta.
Space Jam: O Jogo do Século
2024-02-16T08:30:00-03:00
Ari Cabral
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