Quando uma sala com seis curta-metragens baianos iriam lotar duas salas quase simultâneas e ainda deixar muita gente do lado de fora esperando por um ingresso? Essa é a força e importância de um festival de cinema, a oportunidade de distribuir obras que dificilmente teriam destaque em algum circuito comercial. Mais do que isso, dar a oportunidade de celebrar entre amigos e familiares o sonho de se produzir arte.
A importância dos festivais de cinema
Quando uma sala com seis curta-metragens baianos iriam lotar duas salas quase simultâneas e ainda deixar muita gente do lado de fora esperando por um ingresso? Essa é a força e importância de um festival de cinema, a oportunidade de distribuir obras que dificilmente teriam destaque em algum circuito comercial. Mais do que isso, dar a oportunidade de celebrar entre amigos e familiares o sonho de se produzir arte.
A sessão da Competitiva Baiana V foi a primeira a esgotar no dia. E a única a abrir uma segunda sessão devido a enorme procura. Nela estavam os curtas: Todos os Olhos, de Wayner Tristão, Cobaias Habitam Meu Sonho, de Ramon Coutinho, Camaleoa, de Eduardo Tosta, Por que Não Ensinaram Bixas Pretas a Amar?, de Juan Rodrigues, A Faísca, de Gabriela Monteiro, e 56 Dias, de Lara Carvalho.
Com exceção de Todos os Olhos (que a equipe não pode comparecer), cada cineasta estava repleto de amigos ao redor, vide a ovação a cada crédito inicial na tela. Nesse ponto, o maior destaque da noite foi mesmo Camaleoa que levou a plateia ao delírio desde o primeiro frame. Já o filme mais aplaudido após a exibição foi 56 Dias. Mas não há como negar que todos tiveram um carinho especial da plateia entre gritos e aplausos, tornando o momento mais emocionante.
Produzir curta-metragem não é fácil. Ainda que alguns contem com a verba de um edital, a grande maioria trabalha no esquema de guerrilha, por amor à arte e o sonho de dias melhores. É compreensível, então, tamanha euforia. E mais ainda ao perceber que a qualidade das obras apresentadas é bastante consistente.
Com temáticas e linguagens diversas, a sessão trouxe pontos de conexão entre as obras que trabalharam conceitos como pertencimento, busca por sobrevivência, desafios com mudanças, luta contra preconceitos e por vencer crises financeiras. Cada filme dialogou com a plateia em níveis diversos e foi possível sentir essa conexão para além do interesse pessoal de prestigiar um amigo ou parente.
De qualquer maneira, foi bonito ver uma sala lotada aplaudindo, vibrando, chorando, tomando susto e rindo com seis filmes baianos. Seis curta-metragens, formato tão pouco valorizado pelo grande público. Que possamos ter mais momentos assim. Mais festivais de cinema e experiências de exibição de obras baianas nas grandes telas.
Sessão Competitiva Baiana V, exibida no dia 17 de março de 2024, no XIX Panorama Internacional Coisa de Cinema.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
A importância dos festivais de cinema
2024-03-19T08:30:00-03:00
Amanda Aouad
cinema baiano|Festival|materias|panorama2024|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
King Richard: Criando Campeãs (2021), dirigido por Reinaldo Marcus Green , é mais do que apenas uma cinebiografia : é um retrato emocionalm...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Amor à Queima Roupa (1993), dirigido por Tony Scott e roteirizado por Quentin Tarantino , é um daqueles filmes que, ao longo dos anos, se...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...
-
Clint Eastwood me conquistou aos poucos. Ele sabe como construir um filme que emociona e, agora, parece ter escolhido Matt Damon como seu ...
-
O CinePipocaCult adverte: se você sofre de claustrofobia, síndrome do pânico ou problemas cardíacos é melhor evitar esse filme. Brincadeiras...
-
Hitch: Conselheiro Amoroso é um daqueles filmes que, à primeira vista, parecem abraçar o clichê sem qualquer vergonha, mas que, ao olhar m...