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Ronin

Ronin - filme

Ronin
(1998), dirigido por John Frankenheimer, é um thriller de ação que mergulha nas sombras do mundo da espionagem, trazendo à tona uma trama intrincada e uma série de personagens misteriosos em busca de uma maleta de valor incalculável.

No contexto histórico do Japão feudal, os ronin eram samurais desgarrados que, após a derrota de seus senhores, encontravam-se sem propósito, vagando sem um mestre para servir. Em Ronin, essa narrativa é transposta para o cenário pós-Guerra Fria. Aqui, os ronin são representados pelos ex-agentes dos serviços secretos, agora sem uma causa clara após o colapso do comunismo. Eles se encontram envolvidos em missões obscuras, muitas vezes sem conhecimento completo do que estão fazendo, ou são recrutados por organizações criminosas, cujos objetivos permanecem envoltos em mistério.

Ronin - filme
Uma das características mais marcantes de Ronin é a sua abordagem desses personagens, criando uma atmosfera sombria que permeia todo o filme. Os "ronin", mercenários altamente treinados e sem lealdade definida, são apresentados como figuras enigmáticas, cada um com suas motivações ocultas e habilidades distintas. Liderados por Sam, interpretado de forma magistral por Robert De Niro, o elenco oferece performances sólidas que dão vida a esses personagens complexos. A dinâmica entre eles é tensa e imprevisível, adicionando uma camada adicional de suspense à narrativa.

E por falar em elenco, em Ronin, Frankenheimer comanda um elenco estelar. Robert De Niro, Jean Reno, Natascha McElhone, Stellan Skarsgård, Jonathan Pryce, Sean Bean, Féodor Atkine e Michael Lonsdale formam um elenco talentoso e diversificado, enquanto Frankenheimer conduz algumas das mais memoráveis sequências de ação do final dos anos 90. Ao contrário de muitos filmes do gênero, Ronin opta por focar no essencial, em vez de se perder em grandiosidade superficial.

Ronin - filme
A direção de John Frankenheimer merece destaque por sua habilidade em criar sequências de ação intensas e realistas. As cenas de perseguição automobilística, filmadas sem o uso excessivo de efeitos especiais, são particularmente impressionantes, evocando uma sensação de urgência e perigo iminente. Frankenheimer opta por uma abordagem mais tradicional, evitando os truques visuais da computação gráfica e focando na coreografia meticulosa das sequências de ação, o que confere ao filme uma autenticidade palpável.

Um dos momentos mais memoráveis de Ronin ocorre durante uma cena mais tranquila, em que Sam instrui seus colegas sobre como remover uma bala de seu próprio corpo. Esta cena, que combina humor ácido e tensão emocional, exemplifica a habilidade do filme em equilibrar momentos de ação frenética com momentos de introspecção e desenvolvimento de personagens.

Apesar de todo o malabarismo, Ronin também tem seus problemas. A trama pode ser confusa e pouco desenvolvida, com o enredo servindo principalmente como um pretexto para as sequências de ação espetaculares. Além disso, a falta de clareza em relação ao conteúdo da maleta, o famoso MacGuffin do filme, pode deixar alguns espectadores insatisfeitos com a resolução.

Ainda assim, Ronin é um filme que cativa pela sua atmosfera sombria, performances brilhantes e sequências de ação emocionantes. Embora possa não ser um exemplo de narrativa coesa, sua habilidade em criar tensão e suspense é inegável, tornando-o uma adição digna ao cinema de ação. Para os fãs do gênero e aqueles que apreciam um bom thriller de espionagem, Ronin certamente vale a pena ser visto e revisitado.


Ronin (Ronin, 1998 / EUA)
Direção: John Frankenheimer
Roteiro: J.D. Zeik, David Mamet
Com: Robert De Niro, Jean Reno, Natascha McElhone, Stellan Skarsgård, Sean Bean
Duração: 122 min.

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