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Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal
Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal
Quando Atividade Paranormal chegou aos cinemas foi um fenômeno. A campanha publicitária mostrava a platéia gritando em vez de focar nas cenas do filme, pois era isso que prometia: um filme assustador. Confesso que não me assustei com ele, achei um filme bobo até, mas depois acompanhando a saga da família achei interessante a forma como expandiram o universo. O problema é nunca saber onde parar.
Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal não é exatamente uma continuação da série. É quase um filme a parte, mas não tão a parte quanto Atividade Paranormal Tóquio que não tinha nenhuma ligação com a franquia. Este é produzido por Oren Peli, criador da série. A cena pós-créditos do quarto filme trazia um teaser dele e, mais importante, há citações e um detalhe importante que dá um certo nó na cabeça ao lembrar dos demais filmes. De qualquer maneira, é um filme bobo, e desnecessário.
Não é contradição, tem o detalhe importante que falei, mas isso poderia ser inserido em outro filme, Atividade Paranormal 5 vem aí ainda este ano, não sei como vão utilizar esta informação, mas não precisava mesmo um filme inteiro para isso. O maior problema de Marcados pelo Mal é a mudança de ponto de vista. Não acompanhamos mais simplesmente a vítimas, mas o possível possuído e isso traz mudanças na expectativa do susto. O filme não dá medo e isso é um problema sério para a franquia.
Na trama,acompanhamos o trio adolescente Jesse, Hector e Marisol, filhos de hispanos que vivem em um conjunto habitacional onde mora uma senhora estranha chamada Ana. Observando a senhora, eles descobrem um ritual assustador que traz algumas consequências. A maior dela é a presença de algo sobrenatural próximo de Jesse, que começa a mudar de comportamento.
Um dos problemas que deixa o filme inverossímil é a presença da câmera diegética que caracteriza o mockumentary. Aqui não há nenhum justificativa para isso. Simplesmente, os dois garotos tem o fetiche de gravar tudo o que acontece em suas vidas. A cena mais absurda neste sentido é quando eles observam a vizinha com uma câmera GoPro. Ela já está gravando a vizinha e as imagens estão sendo projetadas na televisão. Porque Jesse está gravando a televisão e ainda intercalando com as reações do amigo Hector? Não faz o menor sentido.
Na barulhenta sessão que fui, uma pessoa comentou em determinado momento que o personagem iria morrer. Aí, a outra disse: "ele não pode morrer, ele está gravando". É mais ou menos por aí, Jesse e Hector gravavam tudo de suas vidas, simplesmente para a gente acompanhar. E isso é muito esquisito. Não teve o menor esforço para justificar o ato. Assim como não há muito esforço para nos fazer temer o que acontece em cena. As pessoas riem mais que gritam.
De qualquer maneira, há algumas coisas interessantes na construção cênica. Gosto da adaptação da "brincadeira" do copo com um jogo de Genius, por exemplo. Inclusive na escolha da cor verde para sim e da cor vermelha para não. O cachorrinho também é um símbolo claro, quase clichê, mas que funciona desde quando foge de Jesse pela primeira vez, até quando serve de isca mais a frente.
E tem o elemento extra que é introduzido no filme. Meio controverso, mas que a depender de como for utilizado no quinto filme pode ser bem interessante, ou um tiro no pé. Não falarei muito dele, mas é onde a história se cruza com a das irmãs Katie e Kristi. E claro que não estou falando das fitas VHS encontradas na casa de Ana. É a coisa que mais chama a atenção nessa história boba, com personagem ainda mais bobos e suas escolhas absurdas.
Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal é um filme desnecessário. Não acrescenta muito ao gênero, à franquia, às nossas vidas. Até como entretenimento é falho, não criando o principal efeito a que se propõe que é o medo. Vamos esperar o quinto filme da série para ver se ela ainda tem fôlego ou se este foi um sinal de que é melhor acabar por aqui.
Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal (Paranormal Activity: The Marked Ones, 2014 / EUA)
Direção: Christopher Landon
Roteiro: Christopher Landon
Com: Andrew Jacobs, Jorge Diaz, Gabrielle Walsh
Duração: 84 min.
Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal não é exatamente uma continuação da série. É quase um filme a parte, mas não tão a parte quanto Atividade Paranormal Tóquio que não tinha nenhuma ligação com a franquia. Este é produzido por Oren Peli, criador da série. A cena pós-créditos do quarto filme trazia um teaser dele e, mais importante, há citações e um detalhe importante que dá um certo nó na cabeça ao lembrar dos demais filmes. De qualquer maneira, é um filme bobo, e desnecessário.
Não é contradição, tem o detalhe importante que falei, mas isso poderia ser inserido em outro filme, Atividade Paranormal 5 vem aí ainda este ano, não sei como vão utilizar esta informação, mas não precisava mesmo um filme inteiro para isso. O maior problema de Marcados pelo Mal é a mudança de ponto de vista. Não acompanhamos mais simplesmente a vítimas, mas o possível possuído e isso traz mudanças na expectativa do susto. O filme não dá medo e isso é um problema sério para a franquia.
Na trama,acompanhamos o trio adolescente Jesse, Hector e Marisol, filhos de hispanos que vivem em um conjunto habitacional onde mora uma senhora estranha chamada Ana. Observando a senhora, eles descobrem um ritual assustador que traz algumas consequências. A maior dela é a presença de algo sobrenatural próximo de Jesse, que começa a mudar de comportamento.
Um dos problemas que deixa o filme inverossímil é a presença da câmera diegética que caracteriza o mockumentary. Aqui não há nenhum justificativa para isso. Simplesmente, os dois garotos tem o fetiche de gravar tudo o que acontece em suas vidas. A cena mais absurda neste sentido é quando eles observam a vizinha com uma câmera GoPro. Ela já está gravando a vizinha e as imagens estão sendo projetadas na televisão. Porque Jesse está gravando a televisão e ainda intercalando com as reações do amigo Hector? Não faz o menor sentido.
Na barulhenta sessão que fui, uma pessoa comentou em determinado momento que o personagem iria morrer. Aí, a outra disse: "ele não pode morrer, ele está gravando". É mais ou menos por aí, Jesse e Hector gravavam tudo de suas vidas, simplesmente para a gente acompanhar. E isso é muito esquisito. Não teve o menor esforço para justificar o ato. Assim como não há muito esforço para nos fazer temer o que acontece em cena. As pessoas riem mais que gritam.
De qualquer maneira, há algumas coisas interessantes na construção cênica. Gosto da adaptação da "brincadeira" do copo com um jogo de Genius, por exemplo. Inclusive na escolha da cor verde para sim e da cor vermelha para não. O cachorrinho também é um símbolo claro, quase clichê, mas que funciona desde quando foge de Jesse pela primeira vez, até quando serve de isca mais a frente.
E tem o elemento extra que é introduzido no filme. Meio controverso, mas que a depender de como for utilizado no quinto filme pode ser bem interessante, ou um tiro no pé. Não falarei muito dele, mas é onde a história se cruza com a das irmãs Katie e Kristi. E claro que não estou falando das fitas VHS encontradas na casa de Ana. É a coisa que mais chama a atenção nessa história boba, com personagem ainda mais bobos e suas escolhas absurdas.
Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal é um filme desnecessário. Não acrescenta muito ao gênero, à franquia, às nossas vidas. Até como entretenimento é falho, não criando o principal efeito a que se propõe que é o medo. Vamos esperar o quinto filme da série para ver se ela ainda tem fôlego ou se este foi um sinal de que é melhor acabar por aqui.
Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal (Paranormal Activity: The Marked Ones, 2014 / EUA)
Direção: Christopher Landon
Roteiro: Christopher Landon
Com: Andrew Jacobs, Jorge Diaz, Gabrielle Walsh
Duração: 84 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
Atividade Paranormal: Marcados pelo Mal
2014-01-13T08:30:00-03:00
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