Home
acao
Bill Paxton
critica
Doug Liman
Emily Blunt
ficcao cientifica
Tom Cruise
No Limite do Amanhã
No Limite do Amanhã
Às vezes, parece que todas as ideias já foram produzidas e que a arte do nosso tempo é recontar histórias de maneiras diferentes e envolventes. No Limite do Amanhã é baseado em uma light novel escrita por Hiroshi Sakurazaka e tem muito de diversos filmes que já vemos por aí, desde os mais óbvios como Feitiço do Tempo e Meia Noite e Um, a diversos outros que relativam o tempo. A diferença é que aqui, vem unida à temática de invasão alienígena, o que nos dá uma outra gama imensa de referências e ideias recicladas.
Reciclagem de ideias, no entanto, não é uma coisa ruim. Pode até mesmo ser extremamente criativa, nos dando outros pontos de vista, ou aprofundando algum tema em específico. O problema maior de No Limite do Amanhã é que, além de reutilizar argumentos unindo-os em um único roteiro, este está repleto de soluções óbvias recorrendo a clichês comuns ao gênero. Após a primeira vez que o tenente Cage acorda, já dá para prever todo o resto. E o final... Melhor nem falar dele.
Apesar de tudo isso, não é um filme ruim, é apenas pouco criativo. A maior criatividade de Doug Liman foi na abertura da trama, quando vemos uma montagem com diversos telejornais que acabam por resumir a situação daquele universo. Um futuro não muito distante onde alienígenas invadiram a Terra e os seres humanos desenvolveram uma arma nova para combate, que é uma espécie de armadura bélica, com possibilidades de tiros diversos. Desta maneira, somos apresentados à situação e aos protagonistas. O Tenente-coronel Bill Cage, vivido por Tom Cruise, é uma espécie de marketeiro do exército, que se vê em uma difícil situação às vésperas de uma grande batalha. E a soldado Rita Vrataski, vivida por Emily Blunt, que é a principal guerreira.
Diferente de Feitiço do Tempo, onde a ideia do looping temporal não é explicada. Aqui, a trama tenta uma base mais científica, ainda que alienígena. E o argumento tem verossimilhança, somos capazes de comprar a ideia e embarcar nela, ainda que com uma sensação de déjà vú. Inclusive, o roteiro é feliz ao brincar com a questão temporal, nos mostrando apenas aquilo que precisamos ver. Inclusive com elipses significativas que necessitam de algum raciocínio para acompanhar a história. Isso acaba nos comprando. Sentido só não há nos momentos finais do filme que parece uma arrumação manhosa para agradar plateias.
Outro ponto positivo está nas cenas de ação. Ainda que os extraterrestres sejam mal desenvolvidos com uma computação gráfica aquém das possibilidades atuais, o desenho das lutas é ágil, com uma montagem bem marcada que dá ritmo ao filme. E algumas soluções impressionam, como as naves caindo, ou mesmo a jornada dos dois em busca da represa.
Mas, ainda que exista uma boa ação e alguma coerência na história criada, há também incoerência na motivação de alguns personagens. Como o comandante francês que destitui o personagem de Cruise no início do filme. Cage é um publicitário, que viu na guerra uma forma de promover sua própria imagem e do exército, se destacando. Nunca pegou em armas, qual o sentido de mandá-lo para o fronte de batalha? Algumas atitudes simplesmente não fazem sentido.
No final das contas, No Limite do Amanhã é um filme mediano. Fica no meio do caminho, literalmente. Não chega a incomodar, mas também não empolga. Há prós e contras que nos levam a apreciar uma aventura envolvente, mas extremamente descartável. Não questiona nada, não inova na linguagem, não diz a que veio. Mesmo como história bem contada tem suas limitações. Mas, não deixa de ser um bom divertimento.
No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow, 2014 / EUA)
Direção: Doug Liman
Roteiro: Christopher McQuarrie, Jez Butterworth e John-Henry Butterworth
Com: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton
Duração: 113 min.
Reciclagem de ideias, no entanto, não é uma coisa ruim. Pode até mesmo ser extremamente criativa, nos dando outros pontos de vista, ou aprofundando algum tema em específico. O problema maior de No Limite do Amanhã é que, além de reutilizar argumentos unindo-os em um único roteiro, este está repleto de soluções óbvias recorrendo a clichês comuns ao gênero. Após a primeira vez que o tenente Cage acorda, já dá para prever todo o resto. E o final... Melhor nem falar dele.
Apesar de tudo isso, não é um filme ruim, é apenas pouco criativo. A maior criatividade de Doug Liman foi na abertura da trama, quando vemos uma montagem com diversos telejornais que acabam por resumir a situação daquele universo. Um futuro não muito distante onde alienígenas invadiram a Terra e os seres humanos desenvolveram uma arma nova para combate, que é uma espécie de armadura bélica, com possibilidades de tiros diversos. Desta maneira, somos apresentados à situação e aos protagonistas. O Tenente-coronel Bill Cage, vivido por Tom Cruise, é uma espécie de marketeiro do exército, que se vê em uma difícil situação às vésperas de uma grande batalha. E a soldado Rita Vrataski, vivida por Emily Blunt, que é a principal guerreira.
Diferente de Feitiço do Tempo, onde a ideia do looping temporal não é explicada. Aqui, a trama tenta uma base mais científica, ainda que alienígena. E o argumento tem verossimilhança, somos capazes de comprar a ideia e embarcar nela, ainda que com uma sensação de déjà vú. Inclusive, o roteiro é feliz ao brincar com a questão temporal, nos mostrando apenas aquilo que precisamos ver. Inclusive com elipses significativas que necessitam de algum raciocínio para acompanhar a história. Isso acaba nos comprando. Sentido só não há nos momentos finais do filme que parece uma arrumação manhosa para agradar plateias.
Outro ponto positivo está nas cenas de ação. Ainda que os extraterrestres sejam mal desenvolvidos com uma computação gráfica aquém das possibilidades atuais, o desenho das lutas é ágil, com uma montagem bem marcada que dá ritmo ao filme. E algumas soluções impressionam, como as naves caindo, ou mesmo a jornada dos dois em busca da represa.
Mas, ainda que exista uma boa ação e alguma coerência na história criada, há também incoerência na motivação de alguns personagens. Como o comandante francês que destitui o personagem de Cruise no início do filme. Cage é um publicitário, que viu na guerra uma forma de promover sua própria imagem e do exército, se destacando. Nunca pegou em armas, qual o sentido de mandá-lo para o fronte de batalha? Algumas atitudes simplesmente não fazem sentido.
No final das contas, No Limite do Amanhã é um filme mediano. Fica no meio do caminho, literalmente. Não chega a incomodar, mas também não empolga. Há prós e contras que nos levam a apreciar uma aventura envolvente, mas extremamente descartável. Não questiona nada, não inova na linguagem, não diz a que veio. Mesmo como história bem contada tem suas limitações. Mas, não deixa de ser um bom divertimento.
No Limite do Amanhã (Edge of Tomorrow, 2014 / EUA)
Direção: Doug Liman
Roteiro: Christopher McQuarrie, Jez Butterworth e John-Henry Butterworth
Com: Tom Cruise, Emily Blunt, Bill Paxton
Duração: 113 min.
Amanda Aouad
Crítica afiliada à Abraccine (Associação Brasileira de Críticos de Cinema), é doutora em Comunicação e Cultura Contemporâneas (Poscom / UFBA) e especialista em Cinema pela UCSal. Roteirista profissional desde 2005, é co-criadora do projeto A Guardiã, além da equipe do Núcleo Anima Bahia sendo roteirista de séries como "Turma da Harmonia", "Bill, o Touro" e "Tadinha". É ainda professora dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Unifacs e da Uniceusa. Atualmente, faz parte da diretoria da Abraccine como secretária geral.
No Limite do Amanhã
2014-05-28T08:13:00-03:00
Amanda Aouad
acao|Bill Paxton|critica|Doug Liman|Emily Blunt|ficcao cientifica|Tom Cruise|
Assinar:
Postar comentários (Atom)
cadastre-se
Inscreva seu email aqui e acompanhe
os filmes do cinema com a gente:
os filmes do cinema com a gente:
No Cinema podcast
anteriores deste site
mais populares do site
-
King Richard: Criando Campeãs (2021), dirigido por Reinaldo Marcus Green , é mais do que apenas uma cinebiografia : é um retrato emocionalm...
-
Cinema Sherlock Homes O filme de destaque atualmente é esta releitura do clássico do mistério pelas mãos de Guy Ritchie. O ex de Madonna p...
-
Clint Eastwood me conquistou aos poucos. Ele sabe como construir um filme que emociona e, agora, parece ter escolhido Matt Damon como seu ...
-
Eletrizante é a melhor palavra para definir esse filme de Tony Scott . Que o diretor sabe fazer filmes de ação não é novidade, mas uma tra...
-
O Soterópolis programa cultural da TVE Bahia, fez uma matéria muito interessante sobre blogs baianos. Esta que vos fala deu uma pequena con...
-
Amor à Queima Roupa (1993), dirigido por Tony Scott e roteirizado por Quentin Tarantino , é um daqueles filmes que, ao longo dos anos, se...
-
O CinePipocaCult adverte: se você sofre de claustrofobia, síndrome do pânico ou problemas cardíacos é melhor evitar esse filme. Brincadeiras...
-
Olhando para A Múmia (1999), mais de duas décadas após seu lançamento, é fácil perceber como o filme se tornou um marco do final dos anos ...
-
Fui ao cinema sem grandes pretensões. Não esperava um novo Matrix, nem mesmo um grande filme de ação. Difícil definir Gamer, que recebeu du...